O governo anunciou a intenção de concessionar a privados trinta imóveis históricos, cujo uso se destina à actividade hoteleira e turística. Trata-se de entregar, por um período que pode ir até 50 anos, um conjunto de monumentos, património cultural decorrente da nossa história colectiva, a grupos privados para montarem o seu negócio, em detrimento da plena fruição pública.
Nesta lista encontra-se o Forte de Peniche, um dos mais significativos símbolos da luta antifascista em Portugal que se desenvolveu durante quase meio século. O Forte inclui um conjunto de edifícios com características históricas e valor simbólico e cultural, alguns com centenas de anos de existência, que encerram em si elementos sobre períodos e episódios importantes da nossa história colectiva, razão pela qual não devem ser alienados ou alteradas as suas características, nomeadamente físicas e de usos, apenas por mera vontade de interesses privados, independentemente das pressões que estes possam exercer.
O Forte de Peniche é uma das prisões políticas do Estado Novo (entre 1934 e 1974), para onde eram encaminhados os opositores ao regime de Salazar, nomeadamente, militantes do PCP. Em 1960, deu-se a célebre fuga de Peniche protagonizada por Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Joaquim Gomes. Hoje, o espaço pode ser visitado estando preservadas algumas celas tal como existiriam até ao 25 de Abril.
“Os abaixo assinados democratas antifascistas, surpreendidos com as recentes notícias sobre a concessão do Forte de Peniche, empenhados na defesa da necessária preservação da memória e resistência ao fascismo e pelo respeito de milhares de portugueses que deram o melhor das suas vidas para que o povo português pudesse viver em liberdade, apelam ao Governo para que o Forte de Peniche permaneça património nacional, símbolo da repressão fascista e da luta pela liberdade. ”
A Petição está lançada e pode assiná-la, se assim entender.
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