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João de Sousa

Sexta-feira, Julho 26, 2024

Reflexão sobre o Cisma Grisalho criado pelo actual Primeiro-Ministro

Num tempo em que se deitam fora competências aliadas à experiência conto uma pequena história introdutória. Um jovem, que estava a assistir a um jogo de futebol, pretendeu explicar a um senhor já maduro porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.

Dizia o rapaz: “Vocês cresceram num mundo diferente, um mundo quase primitivo!”. O estudante disse isto alto e a bom som de modo a que todos à volta pudessem ouvi-lo.

E prosseguiu: nós, os jovens de hoje, crescemos com a Internet, com os telemóveis, a televisão, os aviões a jacto, as viagens espaciais. Nós temos energia nuclear, carros eléctricos e a hidrogénio, computadores com grande capacidade – fez uma pausa para beber um gole de cerveja.

O senhor aproveitou a pausa para interromper o discurso do estudante e disse: Você está certo. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens porque estávamos ocupados em inventá-las. E você, jovem dos dias de hoje, o que é que está a fazer para deixar para a próxima geração?

Na década de 1980 surgiu nos EUA a moda dos YUPPIES. Estes caracterizavam-se por serem jovens e licenciados. Foram chamados ao comando das empresas e todos os que tinham mais de 40 anos foram compulsivamente reformados e dados como inúteis.

Esqueceram-se coisas fundamentais: a Experiência, que só os anos trazem, não se aprende nas Universidades;

E esta é vital, sobretudo no que se refere à gestão de equipas de trabalho, ao enquadramento profissional que permita um desenvolvimento capaz das novas gerações, e ao evitar de erros graves oriundos da inexperiência normal de quem ainda viveu pouco profissionalmente;

Esta experiência e consequente saber-fazer é fundamental para se fazer a transição harmoniosa entre gerações.

Resultado: os americanos são de inventar modas, mas também se descartam delas com muita facilidade se percebem que estavam errados.

Em 1992, um jovem de 24 anos, procedeu a operações financeiras ruinosas que levaram o Banco Berings à falência. Este era considerado dos bancos mais sólidos e seguros do mundo. Em resultado do escândalo que esta falência provocou, em 6 meses apenas, foram chamados ao activo, todos os quadros de mais de 45 anos que tinham sido mandados embora.

E desde 1993 que nos EUA para se ser Director de 1ª linha de empresas é necessário:

– Mínimo de 15 anos de experiência profissional, após o términus da Licenciatura;

E para se ser Director Executivo de Topo ou Administrador é necessário:

– Mínimo de 20 anos de experiência profissional, após o final da Licenciatura e um mínimo de 5 anos como Director de 1ª Linha.

E em Portugal? A moda chegou nos anos de 1990, como sempre depois de outros. E ainda não foi abandonada!

É notável a incapacidade do nosso empresariado e dos nossos governantes.

Não é por mero acaso que em Portugal 95% das empresas são micro ou pequenas empresas. Falta-lhes o saber-fazer aliado ao saber-saber.

Por tal facto o seu crescimento, por falta de experiência e competências comprovadas, nunca se dará. E nas grandes onde seguiram a moda já abandonada dos EUA, cujo melhor exemplo é a PT, foi o que se viu.

Miguel Mattos Chaves

Gestor de empresas

Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)

Auditor de Defesa Nacional

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