Causa até alguma controvérsia, visto que o próprio kota já admitiu, em várias ocasiões, as inúmeras vantagens da evolução tecnológica, que se reflectem, entre outros mambos, na facilidade de comunicar com que está a milhões de quilómetros e na possibilidade de viajar com 100 livros num pequeno ‘tablet’.
Num espaço como o ‘Cronicontando’, onde um gajo tem de dizer tudo em 2.300 caracteres, fica difícil enumerar todos os benefícios das redes sociais. Cabe apenas um aceno de agradecimento a Zuckerberg e a outros visionários afins.
Contudo, tal como ‘não há bela sem senão’, também não existe ‘por isso’ sem ‘todavia’. Por isso, todavia, por mais benefícios que lhes reconheça, um gajo não pode deixar de dar uma dica sobre o espectáculo de disparates ocorrido no facebook por ocasião das eleições presidenciais nos EUA.
Para o caso de Angola, entre outros aparecedores afins, as eleições nos EUA serviram para que um gajo conhecesse mais alguns licenciados em Tudologia pela Faculdade da Vaidade da Universidade da Improvisação Barata.
Foram textos atrás de textos, análises por cima de análises e uma chuva de baboseiras que até me ocorreu que o facebook estivesse a organizar o Concurso Mundial da Asneira, em que seria consagrado vencedor o internauta que escrevesse o maior dos disparates.
É certo que as pessoas são livres de opinar sobre qualquer assunto. Mas devem fazê-lo com consciência e responsabilidade. Tal como alguns acreditam que uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade, eu acredito que a uma publicação leviana pode minar uma sociedade.
Por exemplo, depois da eleição de Donald Trump, um amigo perguntou-me: “Não vais escrever nada sobre isso?”.
“Meu caro”, respondi sem receio, “não gosto de escrever sobre mambos que não domino”.
“Porquê?”, voltou a questionar, “se tu até sabes alguma coisa sobre este processo?”.
A minha resposta, mais do que uma simples réplica a um amigo, funcionou como um autoaviso: “O que para mim é apenas alguma coisa”, disse eu avontademente, “para quem ler o jornal, poderá ser tomado como a mais incontestável das verdades!”
O autor escreve em PT Angola