Usando as fugas de informação como uma arma que sabem ser poderosa, matam dois coelhos de uma cajadada: enlameiam politicos e “compram” o agrado de jornalistas dispostos a publicar tudo o que lhes é segredado por policias, procuradores e outros agentes da Justiça.
A vítima foi agora António Costa, escutado “por acaso” a falar com o ex-embaixador de Portugal em Cabo Verde num processo de corrupção em investigação, com o qual, diz a Procuradoria Geral da República, nada tem a ver, tendo o Presidente do Supremo mandado destruir as escutas.
Pois é: a técnica é conhecida: primeiro, dá-se a “bomba” a um jornalista amigo. Depois este publica; depois os outros todos repetem em tudo quanto é jornal, rádio e televisão, redes sociais, etc.
Depois de espalhada convenientemente a porcaria, vem a Procuradoria dizer que ninguém é suspeito de nada, foi rebate falso. Mas a lama já sujou o suficiente para os abutres não largarem a isca.
Alguém é responsabilizado pela fuga de informação? E isto é assim? Qualquer maluquinho das escutas vai bufar aos jornalistas o que apanha nas escutas? A Procuradoria faz um comunicado e lava daí as mãos? E a Judiciária actua sem rei nem roque?
E os jornalistas porque repetem à exaustão uma “notícia” difamatória que foi desmentida pelas próprias autoridades? A responsabilidade é só dos outros?
Artigo publicado inicialmente no blog VAI E VEM