O Museu de História Natural de Maputo, Moçambique, foi fundado em 1913 e ocupou vários locais até se estabelecer, em 1932, no actual edifício neo-manuelino como Museu Dr. Álvaro de Castro. Com a chegada da independência nacional passa à sua actual designação.
Sou um fã deste Museu! É um espaço fantástico! Já não se fazem museus assim com animais empalhados. Agora que passam mais de cem anos precisam de restauro urgente.
Sobre este Museu conta-se numa história fantástica. Durante a noite todos estes animais ganham vida e procuram os seus lugares. É o caso do Serpentário, digno representante das aves em Moçambique, que durante o dia está na porta da frente a receber as visitas e à noite vagueia por todo o Museu na procura dos outros da sua espécie. Todos se agitam, correm, saltam e todos sabem que não podem acordar o crocodilo.
Sendo que além dos referidos animais habitam no Museu outras personagens… Umas vivas, vivas a sério, e outras vivas nas paredes do Museu. Estranho? Não. Está tudo lá. É preciso percorrer os bem arranjados jardins, com plantas que se dão a conhecer de forma popular e com os pomposos nomes científicos, e encontramos o grande mural de Malangatana.
Aqui vive o Malangatana. Parte dele, melhor dizendo, já que o restante dele está espalhado em quadros por todo o Mundo. Tenho saudades das conversas com o Mestre.
Mas nem tudo está vivo na memória.
A Reinata está viva-viva! Uma das maiores ceramistas de África. Com mãos de barro faz esculturas fantásticas vindas da sua visão do Mundo. Um Mundo de homenzinhos orelhudos que nos desafiam e provocam com as suas mais variadas expressões.
– Somos nós? Tenho a certeza que é assim que nos vês!
Nem me respondeu! Enquanto me tentava agarrar com as mãos de barro.
Para terminar a visita ao exterior do Museu vou visitar outro animal vivo-vivo. A cobra.
Esta cobra tem história, foi apanhada nas imediações da cidade e trazida para aqui, as suas amigas empalhadas encontram-se no interior do Museu e só passeiam à noite. Esta está cá fora e conversa com quem pode. Não é fácil falar com ela, as frases são arrastadas e tem aquela ideia permanente, que me incomoda, de abraçar sempre que pode. É uma história longa, de mais de quatro metros, que vos contarei mais tarde.
Este é uma imagem dos fantásticos seres que habitam o exterior do Museu em Maputo, Moçambique. Ah! Faltam os Dinossauros e os Noivos…
António Batel Anjo | Professor e Divulgador de Ciência.