No entanto, em vigor continua o contrato para a prospecção ao longo da costa vicentina, a 50 quilómetros de Aljezur, com o consórcio da ENI e Galp.
Sensibilizar os governantes através de postais natalícios
A decisão é conhecida no mesmo dia em que termina a acção de sensibilização da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), que dirigiu postais natalícios ao Primeiro-Ministro, Presidente da República e Ministro da Ambiente. Ao longo dos últimos meses, o movimento que reúne diversas organizações ambientais, contou com a intervenção dos cidadãos para subscreverem as obras criadas por artistas algarvios, a fim de sensibilizar os governantes contra o projecto de hidrocarbonetos na região algarvia.
A PALP aguarda ainda que o Primeiro-Ministro, António Costa, esclareça:
“a evidente incoerência existente entre as declarações que proferiu na 22ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP22), em que revelou querer um Portugal sem a emissão de gases com efeito de estufa até ao final da primeira metade deste século, e a manutenção das 15 concessões de prospecção e exploração de combustíveis fósseis”.
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) considerou que a rescisão dos contratos “peca por tardia”. “O que queremos é o Algarve com energias limpas, sem exploração de petróleo”, disse à Lusa, Jorge Botelho, também autarca de Tavira, ao recordar as duas providências cautelares que a AMAL interpôs para travar o processo.
“Felizmente, o Governo vai rescindir os contratos e consideramos que é uma boa decisão para a economia, para o ambiente e para o turismo, aquele que é o sector fundamental da região e que contribui com uma enorme percentagem para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional”, acrescentou.