Hoje fomos com a stôra ao Centro de Dia lá da Paróquia porque a stôra dizia que era bom visitar quem estava só depois das rabanadas e das fatias paridas e das filhós muito provavelmente estariam sós o que para mim significava mais valer esse estar de que ter más companhias a acompanhar e lá fomos nós.
Chegamos lá e demos com senhoras simpáticas todas bem enfarpeladas para receber tão dignas visitas e tinham vestidos catitas e usavam chapéus muito bonitos a condizer-lhes com os sorrisos e que estes de tão abertos e vivos nem pareciam envelhecidos e se velhos são os trapos até esses pareciam estarem a ser estreados.
Estávamos nós no cházito acompanhado de bolo rei que até nem estava rijo quando a conversa sem que dessemos conta foi parar a um tema que me levou a dizer que é preciso que alguma coisa mude para que tudo não fique na mesma e que quem luta sempre alcança e dessas coisas até sabe uma criança o que mereceu aplauso e perante a resposta em ovação eu prossegui questionando sobre aquela coisa da alternância e foi quase o fim-do-mundo pois choveu asneiredo manguitos de negação e gestos com os dedos que até a Guidinha ficou com as orelhas a arder e corada como ninguém a tinha visto nem sequer a stôra.
Quando voltar a visitar um centro de dia terei de ter mais cuidado com a língua e quanto a falar do passado nem pensar.
Rogérito
Artigo publicado originalmente no blog Conversa Avinagrada