Piketty é dos poucos economistas que valerá a pena ler. O facto de ser francês ajuda. Não será por isso de admirar que Benoît Hamon, o candidato da esquerda francesa, o tenha escolhido como conselheiro para as questões europeias.
Isso faz de Piketty mais um opositor a Macron, ex-ministro da economia, que se candidata sob o lema “En Marche!” (Em frente). Algo que se poderia traduzir para português como “Vamos embora, Leixões!”. Para a gente do mar de Matosinhos este “En Marche!” significa tudo e ao mesmo tempo nada.
Tal será investir no perigo de ter algo que é ao mesmo tempo a resolução e o problema. Acredito que isso não nos poderá levar a lado algum. E, consequentemente, aos franceses também.
Fillon e Macron são demasiado parecidos. Macron é para Piketty “um ex-banqueiro que se prepara para entregar prendas aos banqueiros”, ficando assim provada a minha teoria do “Vamos embora, Leixões!” .
Representam a “Europa do Passado” , “a Europa do tratado fiscal de 2012”. Só Hamon poderá retratar condignamente uma europa verdadeiramente democratizada e longe da austeridade, ao que acredita Piketty.
À margem das questões europeias, Piketty, criticou, numa recente entrevista ao canal de televisão BFM TV, a supressão do imposto sobre aquilo a que chama riqueza financeira.
Ele defendeu, ainda, a bondade de um Rendimento Básico Incondicional. Cauteloso, apadrinhou um rendimento cidadão para desempregados, pessoas em formação, ou empregados mal pagos.
Com vários livros editados em português aconselho a sua leitura: Thomas Piketty.
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