Uma figura, um cadáver político, anda por aí só porque a imprensa o quer fazer passar por vivo. Um tema já morto e a imprensa mantém-no mal enterrado.
Fui-me ao Google porque me tinha esquecido de um título de um autor admirado e digitei “l_i_v_r_o”. Quando ia escrever o nome do tal autor, o Google deu-me a volta à pesquisa e meteu-me à frente do nariz a consulta que eu nunca quis.
A explicação não requer reflexão aprofundada. Basta pensar que o motor de busca, rápido, tem resposta pronta quando um tal algoritmo cruza a frequência da procura com a intensidade da oferta. Dizendo de outro modo, se a imprensa, toda, a escrita, a televisiva e a falada, escreve, mostra e fala com intensidade compulsiva, basta uma palavra-chave, para vir uma enxurrada…
Outra, mas parecida cena, é o caso do tal tema… mal escrevi , no Google, “comissão” e pimba, levei com o folhetim da CGD em cima. Estou esmagado. E pensar que o Congresso de Jornalistas foi há pouco mais de um mês. Ocorre-me que nessa oportunidade lembrei um estudo, actualíssimo, do qual citava esta passagem:
“A conclusão mais surpreendente deste estudo é, porém, a circunstância de um terço do produto jornalístico dos diários estudados ser produzido por iniciativa das redacções. Mais de 60% das notícias resultam, pois, de uma acção de indução por parte de assessores de imprensa, relações públicas, consultores de comunicação, porta-vozes e outros peritos de spin doctoring.”
Que bem trabalha a seita!