A cidade de Saint-Denis acordou com tiroteios. Elementos das forças de segurança especiais, polícia e militares, cercaram esta madrugada a área tendo como alvo dois apartamentos na rua da República onde residem suspeitos de envolvimentos nos atentados da última Sexta-Feira. Uma mulher, familiar de um dos principais suspeitos Abdelhamid Abaaoud, fez-se explodir e um homem foi abatido pela polícia. Há sete detidos. Cinco polícias sofreram ferimentos ligeiros.
Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser o mentor dos atentados, seria o alvo principal da operação. Acreditava-se inicialmente que ele estava na Síria. A polícia francesa também estaria em busca de Salah Abdeslam, de 26 anos, o suspeito que teria alugado o carro encontrado nas imediações do Le Bataclan, onde 89 pessoas morreram.
A cidade foi cercada, escolas, comércio e serviços fecharam, o metro e outros transportes públicos pararam. As autoridades apelaram aos habitantes para não saírem de casa mas mesmo assim muitas pessoas foram para as ruas movidas pelo interesse em perceberem e verem as operações policiais.
O assalto em Saint-Denis foi dado como terminado pelas 12h00, em França, 11h00 em Portugal.
Quem é o belga suspeito de ter comandado ataques de Paris
O belga Abdelhamid Abaaoud nasceu no bairro de Molenbeeck, subúrbio de Bruxelas. É um jihadista de 28 anos, membro activo do grupo Estado Islâmico e que escapa às forças de segurança europeias há vários anos.
A investigação do jornal belga De Morgen assegura que o pai de Abdelhamid Abaaoud colocou o filho a estudar num excelente colégio de Uccle, no sul de Bruxelas. “Tínhamos uma vida muito boa, uma vida fantástica. Abdelhamid não era uma criança difícil e era um bom comerciante. Mas, de repente, ele foi para a Síria. Nunca recebi qualquer resposta”, disse ao jornal Dernière Heure, Omar Abaaoud, pai do terrorista que lamenta ainda Abdelhamid tenha recrutado o irmão de 13 anos, conhecido como o jihadista mais jovem do mundo.
“Abdelhamid envergonhou a nossa família. Nossas vidas foram destruídas. Por que em nome de Deus, ele mataria inocentes? Nossa família deve tudo a esse país”, disse há tempos Omar Abaaoud, cuja família chegou à Bélgica há 40 anos.