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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

Neuromarketing, mente, cérebro e consciência

Paulo Vieira de Castro
Paulo Vieira de Castrohttp://www.paulovieiradecastro.pt
Autor na área do bem-estar nos negócios, práticas educativas e terapêuticas. Diretor do departamento de bem-estar nas organizações do I-ACT - Institute of Applied Consciousness Technologies (USA).

Pensar que será possível encontrar no cérebro humano um “buy button” tem-se manifestado um esforço inconclusivo, atirando-nos para a necessidade de uma abordagem mais abrangente quando pensamos o comportamento do consumidor.

Ante uma mecânica, uma tensão biológica e impulsos físico-químicos, necessidades e desejos, o neuromarketing dá-nos, simplesmente, a ínfima parte do resultado de um jogo de que desconhece as regras.

O diagnóstico resultante do neuromarketing inscreve-se no âmbito de aplicação do “fazer o que quer” de que nos falava Schopenhauer, mas, muito dificilmente poderá o neuromarketing certificar maior conhecimento sobre um homem incapaz de “querer o que quer”. Afinal, o diálogo mente-cérebro-consciência é um entre os muitos níveis da dimensão humana. Depois, há o mais velho desafio lançado – desde sempre – à ciência: onde encontrar a mente humana?

Vou-lhe contar uma coisa. Ninguém sabe. Sabemos apenas que existe “algo” a que chamamos mente. E a ciência?  É cautelosa. Oferecendo a cada ano novas perspectivas.Resta-nos a inteligência, a consciência e a razão, pensarão alguns…

Para além das referidas limitações deveremos refletir a propósito da ideia  de Ray Jackendorf, segundo a qual,  o essencial da nossa inteligência não está associado à consciência. Ainda,  segundo o prémio Nobel Gerald Edelman não existem neuromecanismos com uma linguagem que consiga explicar o que é uma experiência consciente, indo mesmo mais longe ao asseverar que a capacidade da consciência não tem de ter vida “terrena”, pelo que existe a possibilidade de futuramente se poder criar uma consciência artificial.  Ou, até dela existir por si própria  em outras dimensões.

Concluindo, há mais vida e consumo, para além do cérebro. A ser assim voltamos á casa da partida…

Adaptação de conteúdos publicados originalmente pelo autor na revista Época Negócios (Brasil)

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