A frase é do escritor Amós Oz, a quem recorro para escapar do fanatismo que as redes sociais praticam. E na qual todos nos enredamos de vez em quando ou muitas vezes. Fugir do fanatismo não é se isolar no pico da indiferença, mas se solidarizar a partir do cada vez mais raro – e dificílimo – exercício da empatia.
A seguir, mais Oz para quem gosta de ler, escrever e pensar mais do que reproduzir opiniões de terceiros nas redes sociais. São versões, livres, que fiz do inglês, revendo o programa Roda-Viva (TV Cultura) de 2012:Amós Oz
“Quando volto da minha caminhada no deserto a cada manhã, tomo a minha xícara de café, sento-me à escrivaninha e começo a me perguntar: e se eu fosse ele? E se eu fosse ela? E se eu fosse eles? E me coloco no lugar de cada um deles enquanto escrevo”.
“Não me preocupo com a repercussão que a opinião de um personagem pode ter, porque ele não me representa. Eu não defendo pontos de vista na literatura; defendo-os em artigos”.
“Eu acredito no leitor que se pergunta: que parte do livro é relevante para a minha vida?”
“Há algo curioso sobre os prêmios literários: você os recebe por algo que não poderia deixar de fazer. É como ser recompensado por respirar. Se, em vez de prêmios, eu recebesse penalidades pelas quais tivesse que pagar, ainda assim eu não deixaria de escrever.”
“A tragédia e a comédia não são dois planetas diferentes, mas duas janelas que apresentam diferentes ângulos de uma mesma paisagem”.
“Eu defendo a arte de fazer concessões porque todas as pessoas estão certas em relação a um tema, não 100% certas, mas podem estar 50% certas e isso é o bastante para que sejam ouvidas”.
“Eu não escrevo histórias sobre mocinhos contra bandidos, escrevo sobre os conflitos entre o certo e o certo. Esta é a natureza da tragédia, o confronto entre duas reivindicações poderosas”.
“Eu escrevo comédias trágicas. E não escrevo um parágrafo devastador seguido por outro engraçado, eu escrevo um mesmo parágrafo que seja doloroso e engraçado.”
“Não conheço fanáticos bem-humorados e nunca conheci alguém com senso de humor que tenha se tornado fanático.”