Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Sexta-feira, Janeiro 31, 2025

“Bom humor é o melhor antídoto contra o fanatismo”

Christiane Brito, em São Paulo
Christiane Brito, em São Paulo
Jornalista, escritora e eterna militante pelos direitos humanos; criou a “Biografia do Idoso” contra o ageísmo.  É adepta do Hip-Hop (Rap) como legítima e uma das mais belas expressões culturais da resistência dos povos.

A frase é do escritor Amós Oz, a quem recorro para escapar do fanatismo que as redes sociais praticam. E na qual todos nos enredamos de vez em quando ou muitas vezes. Fugir do fanatismo não é se isolar no pico da indiferença, mas se solidarizar a partir do cada vez mais raro – e dificílimo – exercício da empatia.

A seguir, mais Oz para quem gosta de ler, escrever e pensar mais do que reproduzir opiniões de terceiros nas redes sociais. São versões, livres, que fiz do inglês, revendo o programa Roda-Viva (TV Cultura) de 2012:Amós Oz

“Quando volto da minha caminhada no deserto a cada manhã, tomo a minha xícara de café, sento-me à escrivaninha e começo a me perguntar: e se eu fosse ele? E se eu fosse ela? E se eu fosse eles? E me coloco no lugar de cada um deles enquanto escrevo”.

“Não me preocupo com a repercussão que a opinião de um personagem pode ter, porque ele não me representa. Eu não defendo pontos de vista na literatura; defendo-os em artigos”.

“Eu acredito no leitor que se pergunta: que parte do livro é relevante para a minha vida?”

“Há algo curioso sobre os prêmios literários: você os recebe por algo que não poderia deixar de fazer. É como ser recompensado por respirar. Se, em vez de prêmios, eu recebesse penalidades pelas quais tivesse que pagar, ainda assim eu não deixaria de escrever.”

“A tragédia e a comédia não são dois planetas diferentes, mas duas janelas que apresentam diferentes ângulos de uma mesma paisagem”.

“Eu defendo a arte de fazer concessões porque todas as pessoas estão certas em relação a um tema, não 100% certas, mas podem estar 50% certas e isso é o bastante para que sejam ouvidas”.

“Eu não escrevo histórias sobre mocinhos contra bandidos, escrevo sobre os conflitos entre o certo e o certo. Esta é a natureza da tragédia, o confronto entre duas reivindicações poderosas”.

“Eu escrevo comédias trágicas. E não escrevo um parágrafo devastador seguido por outro engraçado, eu escrevo um mesmo parágrafo que seja doloroso e engraçado.”

“Não conheço fanáticos bem-humorados e nunca conheci alguém com senso de humor que tenha se tornado fanático.”

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -