Três alunos de ciências da Escola Secundária Madeira Torres, de Torres Vedras, estiveram no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, na feira de jovens empreendedores, e ficaram apurados para a fase nacional do concurso com uma caneta inovadora.
Bruno Silva (18 anos), Karina Antunes (17 anos) e Hugo Antunes (18 anos), alunos do 12º ano daquele estabelecimento de ensino, foram escolhidos a nível distrital para integrarem o grupo de 50 finalistas que estiveram no Colombo. Destas foram seleccionadas 11 equipas para a fase nacional, à qual se seguem as fases internacionais (europeia e mundial), numa iniciativa da organização Junior Achievement Portugal.
A equipa torriense tem apenas três elementos, a mais pequena presente no concurso deste ano. Souberam do evento por acaso e acabaram por entrar tarde, uma vez que teve início em Setembro do ano passado mas só puderam começar a trabalhar a 25 de Fevereiro deste ano, para a entrega dos trabalhos a 23 de Março.
O projecto destes três jovens torrienses passou pela criação da empresa Follow, que tem como slogan “be the major follower”. A intenção de internacionalizar a ideia está já na mente dos estudantes, daí a nomenclatura inglesa, assim como o produto que idealizaram: a caneta Scribo.
Que tipo de caneta inovadora é?
Trata-se de uma caneta multifunções e personalizável. O mesmo objecto, aparentemente uma simples caneta, pode ter três esferográficas de diferentes cores (em princípio azul, preto e vermelho), uma lapiseira, uma borracha, dois marcadores sublinhadores de cores diferentes, régua e eventualmente nível ou tesoura.
O plano de negócios do projecto dos três estudantes torrienses prevê a empresa Follow como criadora de objectos básicos que visam melhorar o dia a dia dos utilizadores. Daí que a caneta Scribo seja apenas o primeiro produto, ao qual se seguirão outros.
“Como qualquer caneta multifuncional, esta contém uma estrutura revestida a plástico resistente, contendo mecanismos facilitadores da sua utilização. A Scribo tem quatro funcionalidades diferentes: escrever (três canetas e uma lapiseira), sublinhar (dois marcadores sublinhadores), apagar (borracha) e medir (régua marcada na estrutura). Caso uma das tintas, marcadores, borracha ou minas da lapiseira termine, estarão disponíveis recargas. Esta caneta permite utilizar outras cores que não as do pack standard, possibilitando o uso contínuo e personalizado da mesma”, refere o sumário executivo do projecto.
Público-alvo
O público-alvo é constituído por jovens a partir dos 15 ou 16 anos, no nível escolar secundário, até ao final de uma carreira profissional. Ou seja, é praticamente para todas as idades. Os jovens fizeram um estudo de mercado e contactaram empresas que já estão no mercado há muitos anos, como a BIC, o que garante o sucesso da ideia, até porque, conforme dizem, um único objecto, que será vendido a quatro ou cinco euros por unidade, permite substituir vários outros objectos isolados, que no seu conjunto saem mais caros.
Outro trunfo da caneta Scribo, para além da sua versatilidade e economia, conforme nos confidenciaram os três estudantes, é a qualidade da mesma. Os jovens criaram uma borracha feita de um material mais eficiente do que aquele que habitualmente equipa as normais lapiseiras ou lápis. Os marcadores têm também uma tinta especial que impede que sequem com o tempo. São no fundo várias invenções dentro do mesmo objecto, o que leva a equipa a ponderar registar a patente dos mesmos.
Futuro dos jovens empreendedores
Será uma mais-valia deste grupo de três jovens, que pretendem seguir engenharia, quando no futuro criarem a sua empresa, porque asseguram que vão continuar com o projecto mesmo que não sejam apurados para as fases internacionais do concurso da Junior Achievement. Por isso, à margem do concurso em que participam têm já uma agenda recheada de presenças em vários eventos.
No Colombo ganharam mais do que o apuramento para a fase nacional do concurso. Foram convidados para um estágio na Siemens e receberam propostas de três investidores.
