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João de Sousa

Domingo, Novembro 24, 2024

Distrital PSD/Porto alvo de críticas demolidoras

Autárquicas

O “Game Over” para a candidatura do independente Joaquim Jorge à autarquia de Matosinhos, como cabeça de lista do PSD, ainda vai fazer correr “alguma tinta” nas próximas semanas.Tudo porque a distrital do PSD/Porto acabou por vetar o nome do biólogo e fundador do “Clube dos Pensadores”, que tinha sido escolhido por maioria em voto secreto na concelhia, optando por lançar para a corrida autárquica de Outubro o médico Jorge Magalhães.

O professor universitário confessa-se indignado com o término da sua candidatura que designa como “novela negra” e que acusa de ter sido “minado” por “gente” que está há anos na estrutura do PSD/Porto.

O mentor do clube de reflexão de Gaia, que nasceu há mais de dez anos, conta como tudo começou no dia em que foi “desinquietado” após uma chamada telefónica. Entre agradecimentos e acusações, não se inibe em nomear quem o apoiou na concelhia de Matosinhos: “José António Barbosa (presidente), Pinto Lobão (1.º vice-presidente), Duarte Laranjeira (secretário-geral) e os vogais Clarisse Sousa, Gustavo Ribeiro, Pedro Barreira, Fernanda Teixeira, Miguel Borges, entre outros”.

Sem papas na língua, também não ignora o que diz ser “uma luta entre a velha política e a nova política”. “O PSD está refém do aparelho do partido, anquilosado e desfasado da realidade”, aponta ao acrescentar que o “dossier” Matosinhos “foi uma peça teatral trágica ao nível de Hamlet de Shakespeare com intriga, deslealdade, traição, vingança e imoralidade.

Num texto severo enviado às redacções, Joaquim Jorge vai mais além e sublinha que está em causa a luta pela sucessão de Pedro Passos Coelho. Marco António Costa, sobre quem correm sinistros rumores, é uma pessoa muito ambiciosa: numa primeira fase vai tentar ser líder parlamentar e numa segunda fase vai tentar ser líder do partido, deste modo, tem que colocar pessoas da sua confiança em lugares chave”

Endereça ironicamente “os parabéns a Marco António Costa”, afirmando que “é preciso ter muito valor para se manter tantos anos no PSD, a dominar e influenciar as estruturas do partido e não haver ninguém que lhe faça frente”.

“A Distrital liderada por Bragança Fernandes com Marco António Costa e Virgílio Macedo encerraram o partido num bunker, quem não é ‘como eles’ é hostil”, acrescenta ao garantir não ter dúvidas de ser “persona non grata, para os velhos do Restelo e démodé do PSD”.

Impasse durou quatro meses

O processo vinha a arrastar-se desde Fevereiro, quando Joaquim Jorge assegura ter sido convidado pela concelhia social-democrata para ser o rosto da coligação com o CDS à candidatura da autarquia de Matosinhos. O próprio anunciava que o convite era “honroso” e “aliciante”, e que nunca esteve nos seus propósitos “liderar um projecto com partidos, mas somente com independentes”. Os jornais adiantavam que o nome do biólogo ainda estava em fase de discussão e na altura já Joaquim Jorge “culpava” Marco António Costa, vice-presidente dos sociais-democratas, pelo impasse que se vivia.

Não terá sido a senhora de Matosinhos que o fez “sair dali para fora”! Na versão do candidato, que diz não ter sido “convidado para uma prova de atletismo com obstáculos”, as farpas vão directas para a distrital que, segundo o próprio, “alimentou e instigou, a que este processo decorresse mal”. “Assim aconteceu na votação da concelhia (mas venci), depois aconteceu na assembleia de militantes, por fim, na distrital”, relata.

No início de Junho, o PSD/Porto explicava em comunicado que dava por concluído o processo de candidatura à autarquia, depois de o nome de Jorge Magalhães ter sido aprovado em votação por voto secreto nos termos estatutários.

Jorge Magalhães dedicou toda a sua vida à Medicina Geral e Familiar até Fevereiro de 2015, ano em que se reformou da medicina pública e passou a exercer a actividade numa clínica em Leça da Palmeira, da qual é sócio-gerente. Tem ainda no currículo uma passagem pelo executivo camarário do concelho, tendo sido vereador entre 1997 e 2001, em regime de substituição.

A novela d’ «O Candidato Que Não Chegou a Sê-lo» vai conhecer novos episódios nas próximas semanas e é o nome do livro mais recente de Joaquim Jorge, que vai ser lançado na Fnac Matosinhos a 29 de Junho

 

À Câmara de Matosinhos, que nunca foi ganha pelo PSD, concorrem, além de Jorge Magalhães, Luísa Salgueiro (PS), Narciso Miranda (independente), António Parada (independente), José Pedro Rodrigues (CDU) e Ferreira dos Santos (BE).

Entretanto, a novela d’ «O Candidato Que Não Chegou a Sê-lo» vai conhecer novos episódios nas próximas semanas e é o nome do livro mais recente de Joaquim Jorge, que vai ser lançado na Fnac Matosinhos a 29 de Junho.

O Jornal Tornado tentou contactar sem sucesso a concelhia e a distrital do PSD, assim como o gabinete de imprensa social-democrata. As respostas às questões colocadas não chegaram em tempo útil.

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