Os Bombeiros Portugueses pedem esclarecimentos ao ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, sobre o que realmente pretende ao admitir a possibilidade de estabelecer um comando único para intervenção nas florestas, “incluindo no mesmo saco, a prevenção, a vigilância, a detecção e o combate”.
Em comunicado enviado às redacções, os Bombeiros afirmam que “não são pau para toda a obra”. Assumem que “querem continuar a desempenhar a tarefa” de combate aos incêndios, “defendendo pessoas e bens”, mas acusam as outras entidades, a quem cabe as tarefas do ordenamento florestal ou da prevenção de não estarem a fazer o que lhes compete.
“Os Bombeiros entendem que o ministro ensaia o sacudir da água do capote sobre tarefas que competem ao seu ministério e aos seus serviços e que há muito não executam”, acrescenta o comunicado, assinado por Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
“Os Bombeiros entendem que o ministro ensaia o sacudir da água do capote sobre tarefas que competem ao seu ministério e aos seus serviços e que há muito não executam”, refere o comunicado da Liga dos Bombeiros Portugueses
Ministros com posições diferentes
Recorde-se que depois de a Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, ter rejeitado a ideia de um comando único de combate e prevenção, esta semana o ministro da Agricultura admitiu essa possibilidade, desde que com custos contabilizados.
“Todos gostaríamos de ter um corpo, paralelo ao actual corpo de bombeiros, dedicado exclusivamente à floresta, mas estaremos em condições de satisfazer o custo que isso representa?”, disse Capoulas Santos, durante a audição no grupo de trabalho sobre a reforma da floresta, deixando assim em aberto a possibilidade de debater propostas de alteração nesse sentido.
Ao lamentarem que “o ministro pretenda atirar poeira para os olhos dos portugueses, confundindo-os e demonstrando estar a eximir-se às responsabilidades pelas quais deve responder”, os bombeiros defendem um comando autónomo para a sua própria estrutura, cooperante mas independente da Autoridade Nacional da Proteção Civil, “a quem deverá apenas caber a coordenação, como acontece com todos os restantes agentes da proteção civil, INEM, GNR, PSP, Marinha, Exército, Força Aérea e outros”.