“por vinte dinheiros de prata”.
Gén. XXXVII, 28
Pepe Mão de Fada tem uma única certeza: tudo aconteceu milimetricamente coordenado por poderosas e invisíveis mãos. O hangar escavado na montanha não engana ninguém. Os motores, a fuselagem, a carcaça de alumínio, o cobre acumulado e algumas pepitas de ouro indicam por onde andavam os pensamentos mais nobres do nosso homem misterioso.
– O roubo pode ser o móbil do crime, disse o agente secreto tomado de empréstimo à Scotland Yard.
– Mas se esse é o caso como explicar a enorme quantidade de dinheiro à vista mais desarmada e que apesar dos tempos de crise ainda se conservava no local no dia do crime?
– Dinheiro? Muito dinheiro? Mas qual dinheiro? Onde está ele metido?, perguntava aflito um belo exemplar representante da banca privada e por privatizar. “Temos bons planos de investimento”, “Remuneramos a 15 dias”, Teríamos financiado o Inventor tal como os nossos antecessores financiaram Galileu, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo e todos os génios da Humanidade”, etc. e tal..
– Olha estes chavalos, die o filho de Pepe Mão de Fada, vão meter o nariz no cu dos banqueiros.
A desconversa arrastou-se tempo demais. O tempo urge e a Polícia não pode perder tempo com engenharias financeiras dado que como é sabido todas se encontram dentro da mais estrita legalidade e vai daí o chavalito filho do Pepe Mão de Fada foi mandado passear para fora da conversa. E aí vai ficar de castigo mais uns quantos capítulos.
(Que mania a destes putos, pensam que sabem tudo, disse o agente da passiva, aquele que só entra em acção depois de se esgotar a primeira hipótese porque candeia que vai à frente alumia duas vezes).