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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Luísa Amorim

Helena Pato
Helena Pato
Antifascistas da Resistência

N. 1946

Corajosa e abnegada militante da luta contra o fascismo e pelos direitos da Mulher, marcadamente leal e independente, genuinamente fraternal nas relações de companheirismo cívico e político, bem como no exercício da medicina.

Luísa Amorim é uma cidadã conhecida pela abertura de espírito, que se destaca pelo seu humanismo, a sua modéstia e a integridade do seu carácter.

Biografia

Maria Luísa Rodrigues Amorim nasceu em Lisboa, em 1946, e licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa. Enquanto estudante, foi dirigente da Pró-Associação de estudantes da sua Faculdade. Entrou para o Partido Comunista Português aos 18 anos e pouco depois entrou na clandestinidade. Preso o seu companheiro, andou fugida durante um tempo, e depois prosseguiu na legalidade a actividade partidária.

Participou nos trabalhos da oposição democrática desde 1969, integrada na CDE e no Movimento Democrático de Mulheres (MDM), de que foi uma das fundadoras e dirigente[1]. Em 1973 foi candidata da Oposição Democrática (MDP/CDE) nas eleições legislativas. Manteve-se organizada no PCP, ao longo de toda a sua intensa acção antifascista, até 1974.

Deputada, médica no SNS e activista social

Depois da Revolução de 1974, foi durante vários anos dirigente do MDM; e, durante a V legislatura, deputada do PCP. De 1974 a 1979 foi funcionária do PCP. Em 1987, indicada pela CDU, integrou a Comissão Nacional de Eleições. Nesse ano, foi eleita para a Assembleia da República, mas discordâncias com a orientação do Grupo Parlamentar levaram-na a pedir a demissão de deputada.

Desempenhou os cargos de Vice-presidente da Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM) e de Vice-presidente do Conselho Português para a Paz.

Em 1992, contra a vontade manifestada pela direcção do PCP, aceitou participar num colóquio para o qual foi convidada com o tema “Que perspectivas para a esquerda nesta viragem de século?”. Na sequência desta sua atitude, foi afastada das funções que então desempenhava. Em 2003 demitiu-se de todos os cargos de direcção do MDM e, após 28 anos de militância no partido, sai do PCP.

A partir dessa data afastou-se da vida partidária, passando a envolver-se em causas de cidadania e a dedicar-se por inteiro à sua profissão, que, como médica do SNS, exerce com grande rigor, competência e sentido de responsabilidade. .

Actualmente, já reformada, continua a disponibilizar-se para dar apoio voluntário em Centros de Saúde e dá aulas de Saúde na Universidade Sénior de Torres Vedras.

[1] MDM cuja primeira direcção (1969) foi constituída por Dulce Rebelo, Eugénia Pereira de Moura, Helena Neves, Helena Pato e Luísa Amorim. O Movimento de Mulheres ganha então um enorme protagonismo pelo seu carácter verdadeiramente unitário, despartidarizado, e pelo alargamento da sua base social de apoio, gerada a partir de iniciativas diversas, no quadro das frentes de luta da Oposição Democrática.

Luísa Amorim durante o discurso de Álvaro Cunhal, no momento do regresso do exílio a Portugal, com outros resistentes

Aula de Saúde na «Universidade Sénior de Torres Vedras», em 2016

Dados biográficos:

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