Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Sexta-feira, Janeiro 31, 2025

Gastas-me a pele tão polida

Poema inédito de Alice Coelho

Gastas-me a pele tão polida
Com o suor que me desnuda
Com a língua viscosa e ferida
Nos silêncios tatuados no peito
Nas ausências secretas e soltas
Em linhas direitas e rimas revoltas
Gastas-me a pele cansada
Irrigada pelo toque dos teus dedos
Alagada por beijos e por sabores
Calçados de ternura e de segredos
Amansada por palavras e por gestos
Em noites abrigadas e sem protestos
Gastas-me a pele
Com teu olhar discreto e sobranceiro
Enevoado, ausente, longo e derradeiro.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

Artigo anterior
Próximo artigo
- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -