“Uma ministra negra pela primeira vez em Portugal”, escreve o El Mundo na sua edição de Internet. O jornal espanhol sublinha que o governo minoritário de António Costa contou pela primeira vez numa tomada de posse com a presença dos partidos Bloco de Esquerda e PCP, fala do programa de Mário Centeno, novo ministro das Finanças, e das exigências de Cavaco Silva para indicar o líder socialista como novo primeiro-ministro. Francisca Van Dunem foi “a grande surpresa”, sendo “a primeira vez que uma mulher negra assume um cargo de ministra”. O El Mundo destaca ainda a ascendência goesa de António Costa e fala de, no novo elenco governativo, haver apenas quatro ministras em relação a treze homens.
“Costa dirige o primeiro Governo luso apoiado pela esquerda de ruptura”, diz o título do La Vanguardia. O jornal menciona o facto do líder socialista chegar ao poder graças ao apoio dos partidos de esquerda “que nas quatro décadas da actual etapa democrática estiveram à margem da governabilidade”. Menciona ainda que o chefe de Estado nomeou o socialista a contragosto porque não tinha outra opção, por não ter a prerrogativa de convocar novas eleições e depois de admitir que a continuidade em funções do agora ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho seria “negativa para o interesse nacional”. O artigo menciona as raízes goesas do actual líder de Governo e fala que o seu futuro político pode depender do comentador político Marcelo Rebelo de Sousa, actual candidato presidencial.
“Ora pois: candidato derrotado tomará posse como primeiro-ministro de Portugal”, escrevia esta tarde a Folha de São Paulo, no seu blog que mostra o olhar brasileiro sobre Portugal. Destaca o facto inédito de partidos derrotados unirem-se numa coligação pós-eleitoral para derrotar a ala política que venceu, lembra o ocorrido na Dinamarca e Noruega para estabelecer uma comparação e menciona a comparação entre o país e a Grécia. O artigo faz ainda uma análise política e explicativa de como o sistema parlamentar luso permite que o líder do partido que perdeu possa ser o primeiro-ministro e fala de “cenário frágil” para o novo Governo.
“António Costa, novo premiê português”, escreve O Globo na secção Mundo. O jornal brasileiro fala das exigências feitas pelo presidente da República e corroboradas por Costa “mas sem a assinatura dos seus aliados”. O jornal cita Boaventura de Sousa Santos, apresentado como “analista da Universidade de Coimbra”, que insiste que os acordos económicos serão cumpridos pelo novo Executivo e aproveita para criticar o chefe de Estado. O jornal cita ainda a análise de Filipa Raimundo, professora de Ciências Políticas do Instituto Universitário de Lisboa, a propósito das consequências desta mudança política na situação económica portuguesa.
“O goês de origem António Costa torna-se o primeiro-ministro de Portugal”, pode ler-se no The Times of India. O artigo do diário indiano fala dos antepassados goeses do novo chefe de Governo português, fazendo uma breve genealogia do também líder socialista, e mencionando a “aliança anti-austeridade” feita com o PCP, os Verdes e o Bloco de Esquerda para derrotar “o Governo de minoria conservadora de 11 dias”.