Vários amigos sugeriram que eu dissesse o que penso sobre a Catalunha. Declaração de interesses: tenho uma relação umbilical com Barcelona e Catalunha… foi onde ganhei os prémios mais estimulantes da minha vida teatral, onde tive montagens felizes, onde repetiram a aventura dos Encontros Imaginários e criei amigos para a vida.Devido a essa relação, fui convidado a ser o representante em Portugal da campanha pelo “direito a votar”. Falei no Encontro no relvado da Torre de Belém e participei da marcha há 2 anos em Barcelona e tive reuniões com membros do governo da Catalunha.
Dito isto, que pensar da reivindicação da independência? O argumento mais saudável é “nós somos Republicanos”… mas que é isso de “sair de Espanha?”.
Vários factores, económicos e humanos, alertam para a impossibilidade do projecto; ainda ontem Joan M. Serrat alertava nesse sentido.
Mas para mim, a questão é política para hoje e para o futuro.
E disse várias vezes que é necessário negociar com a esquerda e a direita para conseguirem reparar as injustiças de que falam, mas PRINCIPALMENTE para criarem unidade para se transformar a Comunidade Europeia numa instituição a favor dos povos e não dos interesses Imperialistas Internacionais.
Até recordei que intelectuais Portugueses e Espanhóis no século XIX falavam da União Ibérica! Dizem-me que isso é impossível… impossível? já existiu! o que foi a união Franco/Salazar para esmagar a República? Ah, mas isso era a direita… pois, a esquerda é muito fina e aristocrática… no fim da guerra civil, toda a esquerda estava junta… diante do pelotão de fuzilamento.
E é utopia pensar que é possível juntar uma ideia política com Portugal e os países do Mediterrâneo – capaz de ter influência na política geral da Europa e do Mundo?