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Domingo, Março 2, 2025

Se impedido, Lula levará sucessor ao segundo turno, diz Datafolha

Tereza Cruvinel, em Brasília
Tereza Cruvinel, em Brasília
Jornalista, actualmente colunista do Jornal do Brasil. Foi colunista política do Brasil 247 e comentarista política da RedeTV. Ex-presidente da TV Brasil, ex-colunista de O Globo e Correio Braziliense.

O Instituto Datafolha divulgou o dado que faltava para confirmar a força eleitoral que terá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito do ano que vem: com 35% de preferência, ele terá também uma enorme capacidade de transferir votos para outro candidato, caso venha a ser impedido de concorrer por uma condenação em segunda instância.Segundo a pesquisa da semana passada, ele poderia transferir, hoje, quase 60% de seus votos a outro candidato: 59% deles afirmam que votariam “com certeza” no nome apoiado por Lula e outros 24% “talvez” fizessem o mesmo. Esta transferência levaria o apoiado a obter 21% dos votos, fração suficiente para levá-lo ao segundo turno, “num cenário de disputa pulverizada, sem claros favoritos”, como descreve a própria Folha.

Esta situação agrava o dilema enfrentado pela direita e pelos setores da elite que interromperam o ciclo dos governos petistas com o golpe do impeachment contra Dilma Rousseff e apostam na condenação judicial para evitar o retorno do lulismo. Se mesmo condenado Lula for capaz de determinar o resultado da eleição, o golpe terá sido um retumbante fracasso, apesar de todos os sacrifícios que impôs ao país. Será melhor uma pactuação pelo retorno do próprio Lula, o presidente melhor avaliado da História, responsável pelo virtuoso ciclo de crescimento com inclusão que mudou a face do Brasil.

O PT evita discussão pública sobre o lançamento de candidato alternativa, o plano B, em caso de impedimento de Lula. Mas os dados do Datafolha mostram que, com sua enorme capacidade de transferência, Lula seria o “grande eleitor” da disputa. E isso configura o dilema: se ele disputa, ganha. Se é impedido, elege seu candidato.

A eventual transferência de votos ocorreria principalmente entre os mais pobres e os de menor instrução, setores que foram grandemente beneficiados pelas políticas da Era Lula.  Eles são a maioria do eleitorado. Entre os eleitores que possuem até o ensino fundamental, 41% responderam que votariam “com certeza” no candidato indicado por Lula. Outros 14% admitiram que “talvez” fizessem isso. Entre os que ganham até 2 salários mínimos (quase a metade do eleitorado), 35% votariam no candidato de Lula, e 17% “talvez” o fizessem.

Na pesquisa de junho passado, Lula, como candidato, chegava a 39% das intenções de voto entre eleitores com ensino fundamental completo. Agora, atinge 49%. Entre eleitores de baixa renda (até 2 salários mínimos por mês), Lula também chegava a 39% de preferência em junho, obtendo agora até 46%. Os índices variam segundo a composição da cartela.

A autora escreve em Português do Brasil

Fonte: Brasil247

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