“Saturno Devorando Um Filho”, Goya. Francisco Goya, foi um pintor e gravador espanhol. Foi o pintor da corte e também o pintor dos horrores da guerra.Alusão terrífica ao tempo da consumição gratuita das criaturas, muito apropriado nesta altura de descalabro social e humanístico. Pode-se dizer, ainda, que é uma pintura que advinha o Expressionismo alemão.
É uma obra do final da vida do autor, velho e atormentado com o seu próprio fim, mas também angustiado com a sorte da sua Pátria escanzelada e pouco enobrecida. Goya foi um pintor comprometido com o seu tempo numa época de traição, fracasso e miséria.
Francisco Goya 1746-1828
Francisco José de Goya y Lucientes, mais conhecido apenas por Francisco Goya, foi um importante pintor espanhol da fase do Romantismo. Nasceu na cidade espanhola de Fuendetodos no dia 30 de Março de 1746. Faleceu em Bordéus (França) em 15 de Abril de 1828.
O artista iniciou seus estudos na cidade de Saragoça, onde teve os ensinamentos do pintor José Luzán, que lecionava na Academia de Desenho de Saragoça.
Em 1770 foi para Itália continuar os estudos, pelos seus próprios meios, regressando no ano seguinte a Saragoça, onde foi encarregado de pintar frescos para a Catedral local.
Em 1780 foi eleito membro da Real Academia de São Fernando de Madrid, sendo admitido com um quadro intitulado «Cristo na Cruz». Em 1785 tornou-se director-adjunto de pintura da Academia e no ano seguinte foi nomeado pintor do rei Carlos III.
Em 1792, Francisco de Goya contrai uma doença infecciosa, recupera-se, mas perde a audição.
Em 1808, a Espanha é invadida pelas tropas de Napoleão. O artista pinta “O Colosso” (1809), onde retrata o seu horror em relação à guerra. Em 1812 morre sua mulher. Cria a série de gravuras “Desastres da Guerra”, entre elas, “O Fuzilamento” (1810). Em 1819, Goya se refugia numa casa de campo, amargurado e frustrado em relação aos homens.
Em 1820, aos 74 anos, começa a pintar, no muro de sua quinta, imagens sombrias e demoníacas chamadas “Pinturas Negras”, entre as quais o “Saturno Devorando Seu Filho” (1820) que prenunciava seu estado de espírito. Acusado de liberalismo e ameaçado de ser preso, foge para a França em 1824. Vai a Bordeaux, depois para Paris.