Sobre a Catalunha, em Portugal, apenas se tem ouvido “barulho” e ruídos diversos de afirmação de grandes “convicções” e outros “achismos”.
Admito que haja excepções, a esta norma, mas confesso que, infelizmente, não encontrei nem uma. Para aquilatar da acefalia da coisa, basta ver no “CM” deste 03 Novembro, a espécie de crónica que um aspirante a líder do PSD, Santana Lopes, consagra ao assunto…
Toda a acéfala e ruidosa (e também ruinosa, na medida em que destrói a possibilidade de análise séria) “barulheira” se coloca a montante da realidade do processo catalão. Ou seja, “discute” se é legal, se é legítimo, se é constitucional, se é admissível, se é “europeu”, se é possível e até se… existe. E acantona-se aí. Não o analisa e muito menos tira as imprescindíveis consequências geopolíticas e/ou geoeconómicas.
A incapacidade das elites portuguesas para elaborar “grelhas de leitura” tem aqui um flagrante exemplo. Como pequena achega para ultrapassar este estado nacional de “achismo” sobre a matéria catalã, aqui se regista, para debate, o trabalho da Rivista Italiana di Geopolítica, a Limes, publicado em 02 de Novembro.
Em síntese, para a Limes estamos perante uma tripla crise:
C’è una crisi sociale, figlia dei costi e delle minacce poste dalla globalizzazione e dal predominio delle politiche neoliberali – esacerbate a partire dalla crisi economica del 2008 – che si riverberano su classe media e gruppi meno agiati.
C’è una crisi politica, condivisa da buona parte dei paesi europei, dovuta al discredito della politica istituzionale e del progetto europeista.
E c’è una crisi nazionale, frutto dell’indebolimento del sistema vestfaliano, inasprita in Spagna dalle storiche difficoltà nel processo di costruzione dello Stato, dai divari tra territori, dall’esistenza di forti sentimenti di appartenenza e dall’utilizzo che ne fanno le forze politiche.
Una triplice crisi, dunque, espressione dei mutamenti che scuotono le società europee, che si articola su scale plurime. Da qui la rilevanza di un’analisi geografica[1] e geopolitica.”
Boa leitura e melhores reflexões… Locale, spagnola, europea: le tre crisi della Catalogna
[1] Si veda O. NEL·LO, «La crisis catalana: orígenes y alternativas», in J. GÓMEZ MENDOZA, R. LOIS, O. NEL·LO, Repensar el Estado: Crisis económica, conflictos territoriales y identidades políticas en España, Santiago de Compostela 2013, Universidades de Santiago.