Governos europeus são cúmplices na tortura e violações de direitos humanos de refugiados e migrantes na Líbia, segundo relatório da Amnistia Internacional baseado em investigações realizadas no terreno.Em relatório recente da Amnistia Internacional, esta organização de direitos humanos documenta e analisa como Governos Europeus estão conscientemente a ser cúmplices na tortura e abusos de dezenas de milhares de refugiados e migrantes detidos pelas autoridades de imigração líbias em condições absolutamente chocantes neste país do Norte de África.
A investigação feita pela Amnistia Internacional demonstra que refugiados e migrantes estão encurralados na Líbia e à mercê das autoridades líbias, de milícias, de grupos armados e de traficantes que, frequentemente, operam juntos para obterem ganhos financeiros. Das centenas de milhares de pessoas sem saída no país, há dezenas de milhares mantidas indefinidamente em centros de detenção sobrelotados, onde são sujeitas a abusos sistemáticos.
O relatório intitula-se “Libya’s dark web of collusion: Abuses against Europe-bound refugees and migrants” (A tenebrosa teia de conluio na Líbia: abusos de refugiados e migrantes rumo à Europa).
A Amnistia Internacional tem vindo a documentar há mais de um ano o ciclo vicioso em que se encontram migrantes e refugiados na Líbia e a influência negativa que tem vindo a ser exercida pelos acordos firmados entre a União Europeia e a Líbia em matéria de migrações e de cooperação no controlo de fronteiras:
- A “tempestade perfeita”: mortes aumentam no Mediterrâneo com a UE a virar costas a refugiados e migrantes (Julho de 2017)
- Cooperação da UE com a Líbia está a resultar em abusos de refugiados e migrantes (Junho de 2017)
- Refugiados e migrantes em fuga de violência sexual, abusos e exploração nas rotas do tráfico na Líbia (Julho de 2016)
Fonte e imagens: Amnistia Internacional