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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

Les grandes baigneuses, Paul Cézanne

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL

“Les Grandes Baigneuses”, de Paul Cézanne, um pintor pós-impressionista francês.Pintura do dealbar do Cubismo (há quem o garanta), estes impactantes azuis favorecem um cromatismo harmonioso, entre cores quentes e menos quentes (talvez, até, algo frias).

Construção piramidal, mais parecendo uma natureza-morta. É muito interessante fazer notar que as figuras de mulher se confundem (ou podem confundir) com a vegetação circundante, dando a ideia de uma interligação natural. Tudo fazendo parte daquela paisagem. Os azuis utilizados procuram reforçar os efeitos de luz onde se concentra a acção do observador. A dissolução (seguida) das formas traria o nascimento de uma Revolução na Pintura.

Paul Cézanne 1839-1096

Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picasso, de que Cézanne “é o pai de todos nós”, deve ser levada em conta.

Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objectos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas.

Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva e, sim, as modificava. A sua concepção da composição era arquitectónica; segundo as suas próprias palavras, o seu próprio estilo consistia em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. Cézanne preocupava-se mais com a captação destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é difícil ver nesta atitude uma reacção de carácter intelectual contra o gozo puramente colorido do impressionismo.

Sobre ele, Renoir escreveu, rebatendo o crítico de arte Castagnary: Eu me enfureço ao pensar que ele  não entendeu que Uma Moderna Olympia, de Cézanne, era uma obra prima clássica, mais próxima de Giorgione que de Claude Monet, e que diante dele estava um pintor já fora do Impressionismo.

No início da década de 70, influenciados por Camille Pissarro, começou a trabalhar ao ar livre e clareou gradualmente suas telas. Assim como os impressionistas, queria pintar directamente da natureza, mas também retomar a grandeza e ordem dos mestres clássicos como Poussin.

Retratar banhistas virou uma obsessão para o artista. Paul Cézanne pintou também paisagens e natureza morta, figuras humanas e retratos. Era criticado por um grupo de impressionistas pelo seu estilo diferenciado e por se distanciar cada vez mais das técnicas impressionistas.

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