Diz a bíblia que na noite em que Jesus nasceu, o céu estava iluminado com estrelas cintilantes que orientava o caminho aos reis magos, que informados por um anjo seguiram o caminho ao encontro do menino redentor.O natal por si só é uma data magica, adornada com enfeites de papéis que dão colorido às paredes queimadas com cal, é dia do nascimento do menino rei, dia do perdão e da reconciliação.
Histórias que fazem a meninice, preenchem corações nostálgicos, que nos transportam aos tempos de criança, onde inocentemente o natal significava apenas dias de fartura… Bolo com gasosa…
Hoje os reis magos já não trazem os presentes, foram abolidos os cabazes e os brindes de natal. O consumismo nos entranhou e falta sempre alguma coisa, porque a contenção forçada para amealhar mantimentos para Janeiro tornou-se crucial.
Porque se gasta tanto num só dia? E porque não gastar?
Querer e não ter, eis a questão… até agora o meu único sonho de natal é ter uma perna de presunto na minha cozinha, adoro presunto mas por mais que queira só consigo comprar até 500 gramas mensal… o consumismo e os sonhos sobrepõem-se às necessidades, que acabamos por comprar o desnecessário e dissolver o décimo terceiro ou as moedas amealhadas por uma desempregada como eu, em passas e nozes.
Mas há quem quer, pode, faz e acontece, não precisa se conter, pode exprimir-se como quiser.
E se o natal fosse apenas o dia da caridade? Será que compraríamos na mesma proporção? Eu não sei se conseguiria oferecer a minha ansiada perninha de presunto… Há mais prazer em dar do que em receber… mas oferecer a minha pernoca? Ainda bem que os gestos não se medem pelo tamanho, 500 gramas… acrescente na lista um presente para alguém necessitado e na agenda um abraço para alguém distante e seja por um dia a fada madrinha de um menino sonhador. Num país emergente como o nosso, dormir e acordar já é um presente, quanto mais poder saborear o que se quer no dia de natal, as estradas se estendem livremente para o limite dos teus sonhos, e a diversificação da economia trouxe para nós a alegria de poder escolher. A paz é o nosso bem maior, não importa o que teremos à mesa, o que importa é que teremos com fartura.
Menu para o almoço de NATAL à moda angolana
Entradas
- Ginguba torrada
- Milho fervido
- Cola e gengibre
Pratos principais
- Cabidela de galinha ou pato
- Carne seca de muteta
- Calulu
- Caldo de peixe
- Miudezas de cabrito
- Peito alto
- Carne de caça sua escolha
- Galinha de moaba(dendem ou ginguba)
- Bagre de moamba
- Turtulho com catato de moaba
- Grelhadas mistas (galinha,porco,vaca, veado, canbuinji, pássaros, javali)
- Peixe e choco grelhado
- Feijão de oléo de palma
- Menha ndungo
- kisaca
Guarnições
- Funge (bombóm, milho)
- Batata doce, mandioca, banana pão(cozida)
- Farinha musseque
A autora escreve em PT Angola