Faz hoje, 8 de Fevereiro 2018, 3 anos que Tekbar Haddi está diariamente na rua a exigir o corpo do seu filho Mohamed.Tekbar Haddi, uma mãe saharaui, está em vigília diária desde 15 de Maio de 2015 quando iniciou uma greve de fome que durou 36 dias, em frente ao consulado marroquino em Las Palmas de Gran Canaria, onde reside, devido ao assassinato de um dos seus filhos, Mohamed Lamine Haidala, um jovem activista da luta do povo saharaui, de 21 anos, por colonos marroquinos.
Mohamed Lamine Haidala morreu a 8 de Fevereiro em El Aaiun, nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, após ser atacado por um grupo de colonos e torturado pela polícia marroquina.
O jovem saharaui foi agredido e torturado, sofreu um golpe de tesoura no pescoço, ferida que não foi devidamente tratada. Posteriormente foi levado para a prisão onde continuaram os maus tratos, sem acesso a cuidados médicos até que voltou ao hospital, onde viria a falecer.
Tekbar Haddi deslocou-se a El Aaiun em 2015 para pedir uma investigação e para ver o corpo, mas ambas as situações foram-lhe negadas.
Como resposta, obteve perseguição policial e invasão da casa da sua família, torturas aos seus familiares e destruição de propriedade, pois não cedeu à pressão e não aceitou o suborno que lhe foi proposto para que fizesse o funeral do seu filho sem saber do seu paradeiro e sem exigir uma autópsia para provar o que realmente aconteceu. Até hoje, três anos depois, as forças de ocupação não lhe devolveram o corpo do filho e ninguém sabe onde se encontra.
Esta situação representa uma grave violação dos direitos humanos e a privação do direito desta mãe poder fazer um funeral digno do seu filho que foi torturado e assassinado seria algo inconcebível num estado de direito.
Esta não é uma situação isolada e resulta da ocupação desde a década de 70 do Sahara Ocidental por parte do Reino de Marrocos, o cambio demográfico com a introdução de centenas de milhares de colonos e a violação sistemática dos direitos humanos por parte das forças marroquinas, o que faz com que o povo saharaui viva condenado à pobreza, sob violência e sem acesso aos recursos do seu território.