O advogado Abdessadek El Bouchtaoui da equipa de defesa dos presos do movimento de proteste rifenho Hirak, foi condenado a 20 meses de prisão e uma multa de 500 MAD no passado dia 8 de Fevereiro pelo tribunal de primeira instância de Al Hoceima.
O advogado foi acusado de “insultar funcionários e representantes da autoridade no exercício das suas funções” e emitir “insultos e ameaças” a órgãos públicos. O advogado também é acusado de “incitamento a cometer crimes” e “organização de assembleias não autorizadas”.
Nos meios de comunicação marroquinos online o advogado esclareceu:
Os meus posts no Facebook através dos quais mostrei apoio aos detidos de Hirak e os problemas na região do Rif não agradaram a algumas partes. Ficaram irritados e não querem que “vozes livres” esclareçam o público em geral”
Por enquanto, o advogado de El Bouchtaoui ainda não decidiu apresentar recurso estando a analisar quais os procedimentos seguintes que irão coordenar com o comité nacional de apoio ao movimento Hirak e com o presidente da ordem de advogados.
Segundo publicado nos meios de comunicação marroquinos o advogado agora condenado está convencido de que “este é um julgamento político para o silenciar e apresentar a versão da história fornecida pelas autoridades sobre o movimento Hirak, cujas reivindicações são e continuarão legítimas”. Enquanto isso, a associação de advogados em Tetouan expressou o seu apoio a Abdessadek El Bouchtaoui, e considera esta decisão “uma mensagem clara para todos os membros do comité de defesa dos presos de Hirak “. Apesar da pressão, o advogado disse que está determinado a permanecer fiel aos seus princípios e independência.
Desde o início do julgamento dos presos do Hirak, as audiências foram suspensas devido às intensas discussões entre advogados, juízes e procuradores.
Abdessadek El Bouchtaoui é defensor dos direitos humanos e o advogado que representa os ativistas de Al-Hoceima que enfrentaram acusações em relação a protestos. É também p advogado da família de Emad El-Attabi, que morreu em resultado de confrontos entre policias e manifestantes em julho de 2017, durante os quais mais de 80 pessoas ficaram feridas.
O defensor dos direitos humanos denunciou o uso excessivo da força por forças marroquinas contra manifestantes não-violentos e restrições à liberdade de expressão e de reunião. El Bouchtaoui é o co-fundador da Associação Nacional dos Direitos Humanos em Marrocos.