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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Reforçar a luta dos povos contra as armas nucleares

Ignorando décadas de luta dos povos contra os armamentos de destruição em massa, as potências imperialistas aglutinadas na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e seu líder maior, os EUA, não hesitam em colocar as armas nucleares no centro da sua política. Atualmente há quase 15 mil ogivas nucleares espalhadas pelo mundo e a modesta redução deste arsenal não significa a redução do perigo; a nossa mobilização permanece urgente.Recentemente, às vésperas de mais uma Conferência das Nações Unidas para o Desarmamento, o presidente Donald Trump resolveu declarar a revisão da política nuclear estadunidense para ameaçar o mundo com o uso dessas armas, semeando o terror e incitando a escalada das tensões globais, rumo a uma guerra generalizada. Os EUA têm promovido uma “modernização” do seu arsenal para tornar mais fácil a sua utilização – ainda assim devastadora, principalmente pelo que representa a banalização desta ameaça.

O Conselho Mundial da Paz, desde a sua fundação, e incontáveis outros movimentos ou organizações populares têm rechaçado as armas nucleares. Os EUA inauguraram a catastrófica implementação dessa ameaça com os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, matando mais de 200 mil pessoas no Japão – um hediondo crime contra a humanidade pelo qual os responsáveis seguem impunes.

Desde então, as forças políticas sinceramente comprometidas com a paz prometeram oposição resoluta à política de ameaça generalizada assentada no desenvolvimento, “modernização” e facilitado emprego de armas de destruição em massa, como as nucleares. Embora essas medidas sejam promovidas especialmente pelos EUA, são países como o Irã, a Coreia Popular ou a Rússia os alvos de sanções e condenação mundial por, ao verem-se cotidianamente ameaçados, reagirem.

Em 1950, o CMP lançou o Apelo de Estocolmo, assinado por centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Em 1979, a ONU decidiu realizar anualmente as Conferências sobre o Desarmamento, “como o único fórum multilateral para a negociação do desarmamento da comunidade internacional”. Em 2017, comemoramos a adoção – ainda que por um conjunto limitado de países que não inclui as potências nucleares – do tratado pela proibição dessas armas. Mas essa luta está longe de ser vitoriosa.

Tendo em mente que as quase 15 mil ogivas nucleares existentes no mundo estão instaladas também em países membros da OTAN na Europa e na fronteira com a Ásia (a Turquia), que dezenas delas estão em posse de um Estado agressor como Israel e que os mísseis em contínuo aperfeiçoamento têm alcance cada vez mais longo, não é exagero dizer que os povos de todo o mundo estão sob a mira da devastação e da aniquilação.

Diante da redobrada tensão em diversas regiões do planeta e do recrudescimento do imperialismo estadunidense, o cenário de conflitos armados generalizados tampouco é exagerado.

Por isso, os povos amantes da paz reforçam sua mobilização e reiteram seu mais veemente repúdio a um sistema internacional de ameaças, agressões, opressão e guerra.

Um sistema como este, dominado por uma potência imperialista que declara poder usar seu arsenal de armas nucleares mesmo contra países não possuidores de tais armas, revela o grave perigo que representa para a humanidade a escalada militarista promovida pelos EUA, empurrando o mundo a uma situação de castástrofe generalizada.

Cabe a nós intensificar a luta pela eliminação das armas nucleares e demais armas de destruição em massa. Fazer valer o Tratado de Proibição de Armas Nucleares é um compromisso de grande importância para garantir este objetivo.

O apelo lançado pelo presidente fundador do Conselho Mundial da Paz em 1950, Frederic Juliot Curie, é de uma atualidade imperativa: Exigimos a interdição imediata da arma atômica, arma de terror e extermínio das populações. O governo que primeiro utilizar, não importa contra qual país, cometerá um crime, será tratado como criminoso de guerra”.

Não há outro caminho que não o redobrar de esforços na união e luta pela eliminação das armas nucleares para construirmos a Paz duradoura.

Por Socorro Gomes, Presidenta do Conselho Mundial da Paz | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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