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João de Sousa

Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

O mensageiro é sempre o rosto da mensagem

O mensageiro é sempre rosto cúmplice da mensagem que propaga ao dar-lhe a notoriedade e a projeção necessária de que a mesma necessita para que efetivamente surta o efeito pretendido pelo seu emissário. Coisa que a assim não acontecer, a mensagem, nunca o seria porque nunca sairia da sua área de circunscrição. Ora, ao alguém lhe dar essa projeção, não pode assumir a figura do “coitadinho” só porque não passou de um simples mensageiro…

Um mensageiro que sacode as suas responsabilidades como se fora inocente quando se desculpa com o argumento de que a mensagem deve ser do conhecimento comum… está a usar a desculpa mais disfuncional e parola que lhe ocorre, não só porque a sua conotação ideológica é pública mas também porque as suas ambições, por ser uma figura publica, são conhecidas do seu publico alvo em geral – leitor, ouvinte ou espectador –  assim como os vínculos existentes. Sociais e profissionais.

Nesse sentido usa as ferramentas ao seu alcance para que a mensagem surta um efeito mais eficaz.

Conhecedores desta conjuntura e detentores do capital social das maiores sociedades de imprensa: impressa; digital; radio, televisão, conteúdos e outras; os interesses económicos que financiam os agentes políticos mais conservadores e socialmente colocados à direita no espectro político partidário conseguem de uma forma simples fazer passar em formato “spot” mensagem simples do agrado popular e que por dispor das duas condicionantes citadas, os meios e o mensageiro, passam com facilidade a sua mensagem que assim se aloja no subconsciente coletivo condicionando o consciente executor.

Não sendo, por isso, ou por mero acaso da conjuntura económica e financeira do País, da Europa e do Mundo, que assistimos a um crescendo da influência política da direita nas citadas Europa e no Mundo em que Portugal consegue uma “fuga” a essa influência por razão da influência direta que persiste dos valores e das causa de Abril mas também por limites do interesse internacional face à escassez de recursos naturais existentes e que por isso não faz sentido prosseguir políticas de austeridade uma vez que originam convulsões sociais com efeitos perversos para o modelo político e de organização económica e social que ditam procedimentos internacionais como os que ocorreram na Grécia, Espanha, França, Alemanha, Itália e outros no Continente Europeu, em que a direita não conseguiu alcançar os objetivos a que se propôs, mas que com preocupação das sociedades mais civilizadas em geral o fez nos Estados Unidos, na Ásia, mais concretamente no Médio Oriente, onde conseguiu um retrocesso civilizacional de dimensões ainda não apuradas, e no mundo em geral onde em resultado das suas políticas neoliberais e de capitalismo tribal tem conseguido suster a evolução social e em simultâneo, tem alterado todos os ecossistemas existentes assim como a biodiversidade de forma irreversível por não conseguir discernir a diferença que existe entre a vida que se tem e a vida que se quer para o Planeta.

É por ser óbvia esta evidência que vulgarmente se designa por “populismo”, em que o conteúdo e a ardilosa forma como o apresentam lhes dá vantagem popular mesmo em contradição com os seus próprios interesses presentes e futuros no que toca à circulação obscura de capitais e manipulação das bolsas de valores, assim como a própria manipulação das bolsas de interesses nos âmbitos económicos e financeiros ao ponto de o descalabro na articulação dos seus próprios interesses ser tão óbvio que o mais distraído dos cidadãos comuns fica pasmado.

Pasmado, mas não surpreendido com tamanha desfaçatez e mostra de ignorância sobre a evolução conjuntural de todas as condicionantes envolventes ao funcionamento articulado da inovação, propulsora de toda a evolução das sociedades, conducente ao estádio superior da forma de vida.

Fica assim, o mensageiro, responsabilizado por intervenção direta no combate a essas dinâmicas ao servir interesses retrógrados e, sobre tudo, com o ónus da responsabilidade coletiva.

Porque, já não há, desculpa plausível para quem abre caminhos e depois omite esse esforço.

O mensageiro é, o primeiro responsável pela mensagem que divulga e pelas consequências que essa mensagem provoca. Sejam positivas ou sejam negativas.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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