“Olympia”, de Édouard Manet. Manet foi considerado por estudiosos das artes plásticas como um dos mais importantes representantes do impressionismo francês.Iluminada pela influência das Vénus de Ticiano e Giorgione, esta é a assumpção escandalosa e inacreditável do aparecimento não já de uma deusa, mas de uma mulher vulgar, que a pintura jamais suportara, excepção feita a Rembrandt e à nudez da sua “Betsabé”. Já não era a representação de um nu que a Academia acolhia no seu seio numa perspectiva classicista, à grega. Era uma vulgar prostituta, a sua jovem amante e modelo, Victorine Meurent, de seu nome.
Está trajada profissionalmente (nua), o ramo de flores anuncia o cliente, o gato preto representa a aura satânica do modo de vida da cortesã, a mão esquerda ostensivamente tapa a visão psicológica mais apetecida. A tela que foi ofendida, desprezada, cercada de insultos fortes e intensos, viria em seguida a ocupar o título de uma das mais poderosas pinturas da História de Arte.
Como nos três mosqueteiros, há um quarto quadro de alusão (reverencial) a Vénus da autoria de Velázquez.
Édouard Manet 1832-1883
Considerado por estudiosos de artes plásticas como um dos mais importantes representantes do impressionismo francês, embora muitas de suas obras possuam fortes características do realismo.
Frequentemente inspirado pelos mestres clássicos e em particular pelos espanhóis do Século de Ouro, Manet influenciou, entretanto, certos precursores do impressionismo, em virtude da pureza de sua abordagem. O que o interessava, mais do que a observação realista, era a solução de problemas plásticos, inclusive em suas recriações de quadros célebres. Nesse sentido, mais do que precursor do impressionismo, é precursor da pintura moderna