Já se sabia que o PSD ia querer correr com Pacheco Pereira, esse perigoso marxista e revisionista. Arranjaram à pressa um Duarte Marques, que é o cruzamento entre uma galinha sem ossos e um pedestal de igreja, para empurrar o historiador borda fora. O que Duarte não percebe é que quem perde não é Pacheco Pereira, mas o PSD. Na sua inutilidade, Marques pensa que está a prestar um serviço ao chefe e ao partido. Não está. Ao pobre falta-lhe a noção do que é uma pessoa livre e que pensa com a cabeça que deus lhe deu. Pacheco pensa, lê, estuda e escreve. Duarte debita, mal, uma coisa qualquer que lhe arranjaram para ler. É que o rapaz quer que Pacheco saia do partido “pelo próprio pé”. Ora, ninguém sai de lugar nenhum por pé alheio.
A infantilidade de Duarte é natural: ele anda com os pés em cima dos de Passos Coelho e, por isso, tem essa ideia de que toda a gente faz como os putos de três anos. Na sua soberba imagina que Pacheco Pereira se poria em cima dos pés dele e, alegremente, sairiam da São Caetano aos ziguezagues – como se faz quando se dança com as criancinhas.
Duarte Marques é o bobo dos PSDs, mas só ele ainda não o sabe. Dito isto, auguro-lhe um futuro glorioso, quiçá com pasta num futuro governo. E da sua língua cantar-se-á “olha que coisa mais linda, mais cheia de graxa…”
[…] Pacheco – Jornal Tornado […]