Não é fácil ser-se jovem no tempo presente dizem todos os entendidos que aprofundam as suas análises em números redondos em que a memória se escapa por entre mentes pouco criativas e raramente exercitadas sobre a envolvência quotidiana que é sempre o resultado de um conjunto alargado de circunstâncias em que cada elo da cadeia que faz a História assume o relevo e a importância devida consoante o prisma nuns casos, o efeito noutros casos e, as consequências na grande maioria dos casos afetos.A juventude tem do presente uma abordagem de dificuldades acrescidas em contexto transversal de uma postura individualizada e equidistante de uma envolvência complexa por motivo que lhe é estranho.
Envolvência essa que tem início embrionário de geração com dificuldades e que encontra vicissitudes por defeito de formação inserta nos mecanismos educativos existentes, mas também de uma forma assimétrica em toda a estrutura social. Mecanismos esses que forjam o individualismo que compete em que a circunscrição da vida se resume ao próprio e interesses associados.
O coletivo é algo vago sobre que se dissertam teorias aleatórias sempre numa lógica de competitividade produtiva de riqueza como que se a forma de vida que hoje existe tivesse sido a mesma de todo o passado. Há situações em que de facto existem semelhanças. Nomeadamente no domínio das dificuldades. Porque em nenhum período da História da Humanidades foi fácil ser-se jovem. Nem jovem, nem em faixa etária nenhuma!
Dissecar as dificuldades por segmento etário seria fastidioso demais. Segmentos esses escalonados por padrões: a infância; a adolescência; a juventude; o adulto. Sendo que nos diversos estádios há especificidades diversas ao ponto de haver uma “máxima” usual que é a de que: ” cada caso, é um caso!”.
No que ao estudo científico importa a padronização é uma referência genérica alvo. Os processos de organização social e do reconhecimento dos direitos cívicos sempre foi complexo e difícil.
Desde: o comunismo primitivo; a cadeia de comando tribal; o escalonamento hierárquico por descendência; o escalonamento hierárquico por posição nobre; o escalonamento hierárquico por posse de riqueza; o escalonamento hierárquico por posto de comando militar; o escalonamento hierárquico por influência social; o escalonamento hierárquico por exercício do poder político partidário; à disputa democrática pelo poder político.
Estádios da Humanidade em que houve Homens que não eram considerados como tal. Desde o esclavagismo à exploração desenfreada de comunidades inteiras na agricultura de latifúndio, assim como a diferença racial em determinados contextos como aconteceu aquando da tentativa de “fabricar” uma raça de Homens. A raça Ariana. E exterminar uma outra que não era uma raça específica e sim uma comunidade com um credo, usos e costumes, próprios de uma identidade coletiva. Os judeus.
Questões essenciais para que melhor se compreenda o trajeto do Ser Humano, em que as dificuldades sempre fizeram parte do seu quotidiano, mas que, de conquista em conquista, chega ao presente com uma conjuntura internacional de assimetrias diferentes em cada Continente. Sendo que a Europa é o Continente em que essas assimetrias menos se manifestam porque tem vindo a ser corrigidas.
Assim sendo, o desafio que se coloca à juventude do presente, em primeira instância, é o de assegurar que não haja retrocesso nas conquistas alcançadas pela Humanidade, em que a melhoria das suas condições de vida são um facto, o domínio do conhecimento outro facto, e a paridade económica e de género uma luta com conquistas significativas são factos em construção.
A juventude perdida por gerações inteiras deve ser um motivo de discussão atual porque a juventude do presente tem todo o direito a viver esse espaço etário da sua vida com direitos e dignidade acrescida de forma a construir gerações que olhem o mundo e as suas dinâmicas interativas numa lógica de que a perfeição pode não existir, mas melhorar é sempre possível!
Falta por isso munir os jovens de hoje com o conhecimento do afeto e da sensibilidade que o rigor intrínseco à confiança nos seus antecessores e nos seus pares são condição essencial à esperança na construção de um futuro sempre melhor.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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