Retratos do quotidiano
Modelos, cores e desenhos, mantêm também a tradição. Muitas das peças retratam o dia-a-dia alentejano, as ocupações da região. A brancura e o amarelo dourado do Alentejo ganham leitura antropológica de sabor popular. Longas searas, ainda sem tractores, ceifeiras de lenço e chapéu que, da tendência naïf do traço, quase se ouvem cantar. A vindima, a pastorícia, chaparros e oliveiras, estendais de roupa branca ou o casario dos montes de além do Tejo, são alguns dos temas que se sobrepõem ao barro, conferindo-lhe a alma alentejana. Mas se alguém pedir traço ou cor mais ousada, mais de acordo com a decoração moderna, ninguém lhe vira costas. Exemplo disso, os alguidares riscados em espiral imparável
Coisas simples, de gente despretensiosa. Trabalham para ganhar a vida. Com a sua labuta mantêm uma das mais tradicionais ocupações da Península Ibérica e, porque não afirmá-lo, da Humanidade. Não sabemos o que virão a significar no futuro, quando um qualquer arqueólogo, em zona rica de vestígios megalíticos, vier a encontrar restos destas peças do século XXI. No presente representam tão só uma tradicional forma de viver, mesmo que sem aprendizes.
Os tornos devoram blocos de barro, transformados em peças típicas
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