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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Enquanto Macron se aproxima de Trump, Alemanha se afasta dos EUA

No final de abril, o presidente francês, Emmanuel Macron, fez uma visita a Donald Trump, nos Estados Unidos. Ambos os líderes não pouparam agrados um ao outro, provando que a direita de Trump tem muitos interesses em comum com o neoliberalismo de Macron (como, por exemplo, a influência e o poder de ambos os países no Oriente Médio). Enquanto isso, Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, avisou que a Europa já não pode confiar nos Estados Unidos.

“A amizade entre nossas nações e nós mesmos é indestrutível”, disse Trump na visita de Estado que fez em julho de 2017 a Paris. “Nosso relacionamento pessoal é muito forte”, reforçou Macron em abril para uma entrevista à TV Fox. Macron foi o primeiro chefe de Estado a visitar os EUA após a posse de Trump.

Trump é útil para Macron: ao deixar de lado certos problemas globais, como a mudança climática, e manifestar sua vontade de se retirar de conflitos em regiões como o Oriente Médio e de assuntos como o programa nuclear iraniano, ele abriu espaço para a França.

“Há conflitos às portas da Europa. E a época em que podíamos confiar nos Estados Unidos acabou” disse a chanceler alemã, Angela Merkel, na quinta-feira (10) em Aachen com inusitada dureza contra o presidente norte-americano, Donald Trump, e sua decisão de retirar seu país do acordo nuclear com o Irão, que transforma o Oriente Médio em um vespeiro.

Macron pareceu querer concordar com Merkel, mais porque seria no mínimo contraditório ele não se pronunciar sobre algo que tanto defendeu. Manifestou-se, mas de forma mais branda, para não criar desavenças com Trump; afinal, ficou claro no final do mês de abril que ambos os países são aliados, ainda mais se somarmos o ataque à Síria com mísses efetuada também pelo Reino Unido. “Algumas potências decidiram descumprir sua palavra: estamos diante de grandes ameaças e a Europa tem o dever de manter a paz e a estabilidade na região”, disse Macron.

A Alemanha reage à retirada dos EUA do acordo nuclear com o Irão, que deixou as empresas do continente expostas a sanções, provocou uma escalada dos preços do petróleo e, para piorar, atiça ainda mais os conflitos do Oriente Médio. A União Europeia está há alguns dias com suas baterias diplomáticas voltadas para minimizar o impacto dessa afronta. A UE está à espera de que os EUA ofereçam alguma saída ao acordo com o Irão que evite males maiores, como fez em outra ocasião, depois de anular o pacto comercial com o Canadá e o México; afinal, como bem sentenciou o presidente iraniano Hassan Rouhani na terça-feira (8), os Estados Unidos não costumam cumprir com seus compromissos.

Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV  / Tornado

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