A embaixada norte-americana em Israel, que antes estava em Tel Aviv, passou nessa segunda-feira (14) para Jerusalém, no local onde ficava um consulado dos EUA até então. Uma grande mobilização palestina já ocorre nesse momento na Faixa de Gaza com protestos contra a mudança e em memória dos 70 anos da Nakba (catástrofe) em decorrência da criação do Estado de Israel, que tem reprimido com brutal violência qualquer manifestação em Gaza.Até agora, pelo menos 52 palestinos foram assassinados pelo exército israelense nos protestos dessa segunda-feira (14) contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém, incluindo seis crianças. Mais de 2400 pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde palestino em Gaza.
Com as vítimas dessa segunda (14), sobre para 105 o número de palestinos assassinados desde o dia 30 de março, quando começou a Marcha do Retorno, uma série de protestos do povo Palestino para reivindicar a volta para suas terras, das quais foram expulsos ou foram obrigados a deixar como refugiados após a criação do Estado de Israel em 1948.
Milhares de manifestantes palestinos se reuniram em diferentes pontos, alguns grupos mais próximos da fronteira com Israel e outros mais distantes. Entre os mortos estão diversos adolescentes com idade entre 14 e 16 anos. O primeiro a morrer nesta segunda foi Anas Qudieh, de 21 anos, atingido por um disparo de arma de fogo no leste de Khan Yunis, no sul do território palestino. A lista de mortos já identificados tem jovens na faixa de 20 a 30 anos.
Em atualização constante do número de manifestantes atingidos, a autoridade de saúde palestina já fala em 2.410 feridos, incluindo 200 crianças. Segundo os palestinos, 28 pessoas estão em estado crítico.
A transferência da embaixada fere o direito internacional
Em 30 de julho de 1980 foi votada no parlamento de Israel a “Lei Básica de Jerusalém, capital de Israel”, que em agosto do mesmo ano foi considerada pela ONU como inválida, uma vez que faz oposição à resolução 476 de 30 de junho de 1980, do Conselho de Segurança, que estabeleceu que a “lei de Jerusalém” é uma violação do direito internacional, em especial contra a Quarta Convenção de Genebra de 1949, além de ser um sério obstáculo para a conquista da paz. Jerusalém é uma cidade sagrada para ambas as religiões- judaica e muçulmana- assim sendo, ainda segundo o Conselho de Segurança, todas as medidas que alteraram o caráter geográfico, demográfico e histórico e o Estatuto da Cidade Santa são nulas, sem efeito e ineficazes.
Mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém e entender a Cidade Santa como capital de Israel vai completamente contra as resoluções estabelecidas pela ONU, além de dificultar o processo de paz na região. Em 2017, quando anunciada a mudança da Embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, 128 países, dos 198 que integram a Assembleia Geral da ONU, votaram uma resolução de condenação à decisão americana. Apenas 7 países ficaram com Trump.
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado
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