Cá estou outra vez, insistente e persistente, os Setinhos estão bem obrigada, e o vizinho bonitão cada vez apetecível. Uma vez segredou-me que era como o vinho… respondi-lhe que por acaso não sabia que o vinho quanto mais velho, ganhava reumatismo, hipertensão, gastrites, cancro da próstata e outros abonos que se ganha a cada medalha de prata (cabelo branco).
Olhou-me nos olhos com firmeza e beijou-me, ainda senti no sabor do seu beijo sulfitos dos anti-tudo, anti-gripal, anti-tensão, anti-depressão e anti-inflação etc…
Depois não sei se estava dopada ou embriagada, abracei-o e senti o seu coração acelerado. Eu amo este homem…
– Tu também andas armada em moça, sabes que o tempo não te tem perdoado… daqui a pouco começam a chegar os netos e já verás se és menina ou vovó…
– Com certeza que serei uma vovó linda e sobretudo uma vovó que te ama, a tua eterna namorada.
Tu és para mim o mais puro dos vinhos, a reserva da imortalidade. Apenas quero que fiques aqui, ao meu lado suportando cada câimbra, cada rabugice minha… Que sejas o casaco no cacimbo e a minha palmeira no calor. E eu prometo apreciar-te calmamente acompanhado de um bom calulu, mufete ou cabidela com bom jindungo cahombo.
Olha, nem me perguntes onde guardo o garrafão…
A autora escreve em PT Angola
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