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João de Sousa

Sábado, Julho 27, 2024

A outra face do fascismo – I

O fascismo é um modelo de organização política que se carateriza por atos ou praticas autoritárias e intolerantes que surge em Itália em reação à revolução bolchevique de 1917, na Rússia e, ao Marxismo, uma ideologia que preconiza a emancipação dos povos no sentido da igualdade social e, de combate ao capitalismo como forma de organização social desses mesmos povos.

Um modelo que, define como sendo de exploração violenta do homem pelo homem em que uma minoria parasita explora a força de trabalho do seu semelhante e por isso, injusta.

De pendor nacionalista, o fascismo, depressa alterou esse pendor para um pendor expansionista como se veio a verificar nas fases posteriores ao seu aparecimento implementadas pelos seus seguidores nomeadamente, Adolf Hitler.

O fascismo aparece como sendo a “terceira via”. Uma via necessária para preencher um vazio político existente entre o liberalismo desorganizado e a revolução comunista e que, Benito Mussolini, preencheu da forma que se sabe.

Foi, no tempo, uma solução política que agradou à classe média incomodada, entre o proletariado urbano e os defensores do liberalismo e a revolução comunista.

Foi a face do predomínio racial superior também originário na Itália e depois modelado pelo nazismo sob a forma de racismo científico caraterizado por nacional socialismo em contraponto ao modelo liberal democrático emergente após a primeira guerra mundial.

O fascismo como modelo político sustentado, de índole imperialista e antissemita, foi introduzido pela via da força em Países terceiros invadidos pelos exércitos nazis submissos a Hitler e que perpetraram o maior genocídio registado na História da Humanidade. O Holocausto.

Curiosamente o movimento fascista Italiano tem na sua fundação dois revolucionários sindicalistas e, na Alemanha, o designado por Partido Nazista sucede ao Partido dos Trabalhadores Alemães com a designação de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães que depressa combina o sentimento nacionalista com lógica racista e populista de grupos paramilitares após a derrota da Alemanha na primeira guerra mundial.

Acontece que estas movimentações políticas são sempre sucedâneas a crises económicas e sociais profundas em que a pobreza extrema se acentua e agrava nas classes sociais mais desfavorecidas, retira protagonismo e confiança à classe média empurrando-a para condições de vida não condicentes, criando assim as condições de revolta nas populações permeabilizando-as ao populismo corriqueiro da mediocridade individual que se agiganta e assume a liderança de todos os processos conducentes ao poder.

Mediocridade que, depois de instalada, conjuga os seus interesses de acordo com a sua limitação intelectual e, o resultado tem sempre a mesma fórmula: Um sistema político ditatorial com o argumento de ser a única forma para manter a ordem (paz) social e económica. Um pretexto para amordaçar as vozes discordantes. Silenciando assim o povo que subjuga.

Em regra, é a perseguição política e social com recurso ao uso da violência, o método utilizado.

Estes processos de reversão das sociedades sendo cíclicos, não se repetem na História, da mesma forma.

E não se repetem porque as condições de vida existentes são distintas, mesmo no quadro possível de retrocesso civilizacional porque, os hábitos, usos e costumes são outros, num habitat completamente diferente.

O que não impede uma ditadura de se poder instalar a todo o tempo tenha ela a face que tiver.

Ora, como citado no primeiro paragrafo: “O fascismo é um modelo de organização política que se carateriza por atos ou praticas autoritárias e intolerantes”.

Acontece que, estas práticas, as da intolerância autoritária, sendo praticas que nunca desapareceram verdadeiramente da conduta política e social em domínios específicos de autoridade legitimada, começam perigosamente a ser veiculadas por agentes com poder de manipulação daquilo que são as regras de conduta social e a serem publicamente defendidas como sendo a solução para combater, não o comunismo, mas o desenvolvimento intelectual das populações que munidas de maior conhecimento cientifico, técnico e tecnológico, exigem uma maior articulação dos meios e do conhecimento assim como de exercício do poder organizacional das sociedades.

Os povos começam a contestar a forma de organização política e a procurar outras vias de organização democrática que os emancipe naquilo que são os seus direitos, liberdades e garantias.

Neste contexto, a legitimidade impõe-se como regra de disciplina coletiva a fim da não subversão dos valores que regem a civilização Humana.

Condição que, a não acontecer, propiciará as condições necessárias ao reaparecimento de:

O fascismo com outra face:

    1. falsa solidariedade;
    2. justiça enviesada;
    3. falácia na educação a todos os níveis;
    4. austeridade económica;
    5. contração ao consumo;
    6. constante endividamento para suprir necessidades sociais;
    7. injustiça na distribuição equitativa da receita publica;
    8. corte na despesa publica em todos os setores vitais para o bem-estar das populações;
    9. aumento da carga fiscal a pretexto do equilíbrio das finanças publicas.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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