A companhia teatral Juventude em Marcha volta a Lisboa com a nova versão do espectáculo “Canjana”, uma criação e encenação de Jorge Martins, que retrata humoristicamente uma página menos feliz na história de Cabo Verde.
“Canjana” aborda a época de fome que assolou Cabo Verde e o famoso naufrágio do navio norte-amerciano John Schmeltzer, em Novembro de 1947, em Ponta de Canjana, no litoral do Porto Novo, que carregado de milho acabou por salvar “grande parte” da população de Santo Antão.
A recriação da peça foi pensada especialmente para comemorar os 34 anos do grupo e vai estar em cena a 6 de Julho, no Teatro Armando Cortez (Casa do Artista), com duas sessões, a primeira pelas 19:00 horas e a seguinte às 21:30.
Na sinopse da “Canjana” pode ler-se: na década de 40, com as crises cíclicas, secas persistentes e agravadas com a 2ª Guerra Mundial, o reinol abandonou as ex-colónias portuguesas à sua sorte, entre as quais Cabo Verde. As sucessivas fomes, impiedosamente atingiram as nossas ilhas e milhares de pessoas perderam a vida e foram atiradas, ainda vivas e outras tantas mortas para o fundo das valas, onde o regime salazarista de então ordenou que assim fosse. Mais tarde o barco “John Smith”, proveniente de uma Companhia Inglesa, como que mandado pela bênção Divina, encalhara na Praia Formosa com os porões recheados de mantimentos. Toda a população para lá se ocorreu e daí a salvação de muitas almas. A felicidade viria a ser completada com a vinda da bendita chuva que trouxe bonança aos Ilhéus.
O grupo Juventude em Marcha foi criado em 1984, na ilha de Santo Antão, por um grupo de jovens entusiastas do teatro, sendo actualmente uma das mais reconhecidas companhias de Cabo Verde.
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