A partir de hoje e até ao dia 07 de Julho a bela cidade termal da República Checa vai viver mais uma edição do seu festival de cinema.
Ao contrário do que vai acontecendo por outras paragens, em que o número de filmes em competição vai aumentando ano após ano até chegar a uma quantidade que nos faz pensar que nem os membros do júri os conseguem ver todos, em Karlovy Vary a competição oficial centra-se em 12 filmes exibidos à cadência de duas obras por dia. Este ano os filmes concorrentes ‘Globo de Cristal’ e outros prémios principais do certame são os seguintes:
- Brothers / Kardeşler de Ömür Atay (Turquia / Alemanha / Bulgária)
- Domestique / Domestik de Adam Sedlák (República Checa / Eslováquia)
- La disparition des lucioles de Sébastien Pilote (Canadá)
- History of Love / Zgodovina ljubezni de Sonja Prosenc (Eslovénia / Itália / Noruega)
- I Do Not Care If We Go Down in History as Barbarians / Îmi este indiferent dacă în istorie vom intra ca barbari de Radu Jude (Roménia / Rep. Checa / França / Bulgária / Alemanha)
- Jumpman / Podbrosy de Ivan I. Tverdovskiy (Rússia / Lituânia / Irlanda / França)
- Miriam Lies / Miriam miente de Natalia Cabral, Oriol Estrada (Rep. Dominicana / Espanha)
- Panic Attack / Atak paniki de Paweł Maślona (Polónia)
- Redemption / Geula de Joseph Madmony, Boaz Yehonatan Yacov (Israel)
- Sueño Florianópolis de Ana Katz (Argentina / Brasil / França)
- To the Night de Peter Brunner (Áustria / Estados Unidos)
- Winter Flies / Všechno bude de Olmo Omerzu (Rep. Checa / Eslovénia / Polónia / Eslováquia)
Esta lista suscita-nos algumas reflexões, a saber: a ausência de nomes muito sonantes do cinema contemporâneo, uma significativa maioria de filmes europeus e o elevado número de co-produções.
Desde sempre, e muito naturalmente, virado para o cinema dos países do leste da Europa, da programação da edição de 2018 consta, como habitualmente, a secção “East of the West”, também com doze obras a concurso de países como Rússia, Rep. Checa, Eslováquia, Croácia, Hungria, Polónia, Lituânia, Letónia, Bielorrúsia, Macedónia, Ucrânia, Alemanha e Irão. Curiosamente por via das co-produções também surge o nome dos Estados Unidos e um filme resultado da colaboração entre Grécia e Chipre.
Uma secção competitiva de Documentários (12 filmes), outras focadas em novos directores e novas linguagem e em filmes que de alguma forma se distinguiram noutros festivais (secções “Another View” e “Horizons”) são outros pontos de interesse desta mostra checa que não deixa também de lançar alguns relances sobre obras e criadores marcantes na história do Cinema. A evocação do checo-americano Milos Forman, recentemente falecido, será um dos pontos altos da programação.
Presenças de Portugal e do Brasil
O nome de Portugal e do Brasil aparecem em vários títulos da programação.
Desde logo o filme já referido da argentina Ana Katz, Sueño Florianópolis, da secção oficial, que tem também produção brasileira.
Mas também,
- Diamantino de Gabriel Abrantes, Daniel Schmidt (Portugal / França / Brasil), vencedor do Grande Prémio da Semana da Crítica no recente Festival de Cannes;
- As Boas Maneiras de Juliana Rojas, Marco Dutra (Brasil / França);
- Años Luz de Manuel Abramovich (Argentina / Espanha / Brasil
- Zama de Lucrecia Martel (Argentina / Brasil / Espanha / França / Holanda / México / Portugal / Estados Unidos), actualmente em exibição em Portugal;
- Benzinho de Gustavo Passos Pizzi (Brasil / Uruguai / Alemanha), prémio de melhor filme no Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira; e…
… o filme que tem levado a “guerra” entre Paulo Branco e Terry Gilliam para a praça pública e para os tribunais: The Man Who Killed Don Quixote de Terry Gilliam (Espanha / Bélgica / Portugal / Reino Unido). Tal como em Cannes, a actriz portuguesa Joana Ribeiro vai estar em Karlovy Vary para, com realizador, estar presente na exibição do filme.
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