No neerlandês, o verbo “polderen” significa precisamente chegar a acordo, trabalhar em conjunto para a construção e solução de algo.
Quando na passada terça feira, 3 de julho, Mark Rutte – PM holandês – se encontrou com Donald Trump para discutirem sobre as trocas comerciais entre a Europa e os EUA, às declarações de Trump – que se chegassem a um acordo, seria positivo, e, se não chegassem, também seria igualmente positivo – Mark Rutte interrompe-o com um rápido e rotundo,” Não, não é positivo”, acrescentando de seguida que teriam que trabalhar em conjunto para chegar a algo, a alguma solução, isto faz parte da cultura intrínseca holandesa. Na Holanda, não existir acordo ou solução para uma determinada situação é praticamente impensável; sempre se chega, ou tem de se chegar a um acordo, a um consenso. No neerlandês, o verbo “polderen” significa precisamente chegar a acordo, trabalhar em conjunto para a construção e solução de algo.
A par deste arraigado compromisso pelo consenso e por uma solução, os holandeses são conhecidos por serem um povo muito direto e muito pragmático. Habituados que estão ao seu modo direto de dizer o que pensam, sem rodeios, por vezes se tornam indelicados – ou os outros povos assim os consideram. Sem medo ou receio do que os outros pensem sobre si, os holandeses exprimem as suas ideias e opiniões de uma forma aberta, franca e honesta. Os séculos de liberdade e de tolerância – religiosa, e outras – fizeram da sociedade holandesa uma sociedade vibrante, e das sociedades mais fascinantes.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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