Pensar na Holanda é pensar em bicicletas. Desde muito pequenos que os holandeses andam de bicicletas; em cadeiras pequenas, atrás das bicicletas do pai ou da mãe, ou em carrinhos – tipo caixas – atrelados atrás delas ou à frente. E logo possam, sozinhos. Num país praticamente todo ele plano – a maior montanha tem cerca de 300 metros de altitude – e com uma educação desde muito cedo voltada para o uso da bicicleta, a Holanda possui uma enorme rede de ciclovias ligando o país todo entre si. As ciclovias têm regras, com sinais e semáforos, tal como acontece com as demais vias de transporte. Para se ter uma ideia do respeito que se tem pelo ciclista na Holanda, em caso de acidente ou de colisão com o automobilista, o ciclista tem sempre razão.
Logo na escola primária as crianças holandesas aprendem as regras de trânsito onde o uso da bicicleta e as suas regras são os princípios básicos para uma participação segura no trânsito.
Todos andam de bicicleta. Não importa se se vai de vestido curto, justo, ou de saltos altos, no caso das mulheres. Ou se de fato e gravata, no caso dos homens. Ou seja, vestidos formal ou informalmente, não importa. E se chove ou neva, todos andam de bicicleta. Com uma mão no volante e a outra no guarda chuva, com pastas de trabalho, cheios de sacos das compras, de supermercado, ou outras, andar de bicicleta é para um holandês tão natural como andar a pé. Não é por acaso, pois, que os holandeses que têm de viver num país estrangeiro afirmam que daquilo que mais sentem falta da Holanda é precisamente da liberdade e das condições para andarem de bicicleta.
Todos andam de bicicleta. Desde os ministros, ao PM, dos muito ricos, à classe média – na Holanda não há pobres, todos têm direito à sua subsistência através dos apoios do Estado – todos usam a bicicleta para todas as suas deslocações; seja para o trabalho, seja para as compras, seja para qualquer outra finalidade.
Não é de hoje que o uso da bicicleta na Holanda está relacionado com a preocupação pelo meio-ambiente e se evita a todo o custo o uso do carro ou do autocarro. Medidas restritivas também incentivam o uso da bicicleta, como a falta de lugares para estacionamento, ou quando existente, a preços exorbitantes. As empresas, por exemplo, dispõem de um número limitado de lugares de estacionamento, sempre muito aquém do número total dos seus trabalhadores. Tudo legislado.
E se em muitos países um funcionário tem direito a viatura da empresa, na Holanda existe uma variante: uma bicicleta da empresa. Que pode ser tradicional ou elétrica.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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