Eu não sou nada supersticiosa, as sextas feiras são quase todas iguais, quase todas né? Tirando aquelas em decido deixar a vida me levar, sim aquelas em que me entrego ao ritmo do semba e me deixo hipnotizar pelo cheiro do churrasco gorduroso. Sem esquecer a minha anestesia de cereais.
Algumas sextas feira, como o dia em que eu nasci, e aquela sexta que me enchia de ansiedade do abraço do meu bem querer.
Sexta feiras são quase todas uma ponte para as catástrofes e acidentes por é oficialmente o dia da alforria, dia do homem. Dizem eles…
Sair para beber até esquecer do bafômetro, dançar a noite toda, buscar amores e até desamores. O azar dança agarradinho a cada gole impulsionando a sensação de liberdade, não que se sintam escravizados, mas é preciso desaguar, desafogar, desanuviar, desabotoar, desamarrar, des tudo… Desde que se deixe o CPU emocional e se recarregue as baterias para a semana a seguir.
E nesta onda de diversão todo mundo se esquece do gato preto… Aquele que tem o nome de imprudência, dizem que o gato indiscrição e negligência adoram pessoas que se temperam de álcool, e uns até beijam a morte numa esquina qualquer, uns em alta velocidade e outros ao ritmo descontrolado de um orgasmo.
Hoje de manha quando o vizinho bonitão o enorme gato negro da minha vida, veio dizer bom dia, e quando pediu um beijo tive de beija -lo de olhos fechados, senão seria uma desgraça logo pela manha…
Nem olhei para ele, só o toquei de leve, mas foi que o azar chegou na nossa sala de aulas uma dupla prova surpresa. Que azar.
A autora escreve em PT Angola
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