A política do umbigo é aquela em que o indivíduo se considera o centro de tudo o que gravita em sua volta e que quando se lhe escapa, qual Don Quixote local, se socorre da intervenção como lança e investe com palavras ocas sobre moinhos de vento…… tocados por água de um Rio seco de aonde até as libelinhas fugiram e os zangões zumbem sobre bosta seca em pasto das palavras cansadas de tanto serem repetidas sem que delas saia um pingo de seiva que seja. Que é o mesmo que dizer: o umbigo é a única coisa que o nosso Don Quixote de Braga consegue ver como sendo o centro da decisão convexa de onde emana sabedoria para os servos.
Esta senda é algo que dói a uma terra fecunda de cuja barriga saiu gente ilustre no domínio das ciências, do conhecimento, das artes, das letras e outras vertentes do saber mas que hoje olha em volta e se revolta com o marasmo instalado em tricas de cordel em torno do umbigo sempre luzidio que não sabe ser reflexo da capacidade armazenada do saber discernir entre o útil e o inútil daquilo em que se envolve e se limita, envaidecido, a instruir os seus servos de que a fanfarra é a forma mais ruidosa de se fazer ouvir porque enquanto a fanfarra passa, pelo meio dos acordes afinados dos instrumentos de sopro nas mãos de crianças, passa também a sua vontade em ser cacique, porque até para se ser cacique são necessários atributos de liderança inquestionável que, não acontece. O que acontece é a contestação publica dessa liderança e a contestação próxima, dessa qualidade.
Um cacique não delega responsabilidade. Assume-a e impõe-na!
Ora, a pretensão de privatizar a gestão de um qualquer serviço publico é demasiado fútil, por leviana, para um pretendente a cacique uma vez que, na sequência de uma delegação de competências do Governo central para o poder local, importa, ao cacique, centralizar a gestão dessa competência de poder no Município a que preside de forma a seguir de perto a sua evolução, ou então, para manter esse controlo, o processo terá de estar inquinado por sindicância concursal ou de adjudicação direta, de forma a que o controlo politico da organização funcional não lhe fuja ao controlo politico propulsor de votos que garantam reeleição continua.
Considerandos à parte, o umbigo é a parte sobrante de um elo que deve ser o nosso orgulho porque foi através dele que a nossa progenitora nos alimentou a vida no ventre materno e que ao no-lo cortarem passamos a ser autónomos para a vida futura.
Simplesmente, não é esse o umbigo que está em analise social critica quando figurativamente mencionado a propósito do comportamento social.
Neste particular o umbigo figurado referido é o comportamento do individuo em grupo. De que, se extrapola comportamento incorreto por não ter em conta a opinião dos pares.
Um ponto de vista pessoal que não vincula a comunidade até porque umbilicalmente somos todos independentes.
Aquilo que acontece, por paradoxal, é a interdependência social em comunidade e por isso o contrassenso umbilical de que no individualismo é possível construir senso comum. Não é possível. E por isso, a diversidade de opiniões e de visão sobre o que quer que seja. A uniformização da educação traz equilíbrios emocionais e de raciocínio comum assim como de cognição, mas que não são absolutistas.
Neste caso, o do comportamento descontextualizado, que visa exclusivamente a promoção de uma vaidade saloia e inconsistente por nem sequer haver motivo, aquilo que acontece é a chacota coletiva que faz de conta que não se apercebe de que é dominada por um cacique com predominância relativamente comum, que critica e de quem se ri numa qualquer esquina com medo de ser visto e depois poder vir a sofrer as represálias consequentes.
O tempo se encarregará de julgar e os lesados aguentarão as consequências durante todo o tempo em que as políticas ora implementadas surtirem efeito até serem corrigidas para uma situação em que o Estado assuma as suas responsabilidades inerentes e não ande a proteger o lucro fácil de alguns em detrimento dos interesses sociais comuns.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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