O diretor executivo do Centro de Pesquisa do Brasil do Instituto Latino-Americano da Academia de Ciências Sociais da China, Zhou Zhiwei, defendeu que os países que compõe o grupo dos Brics se unam em oposição ao protecionismo comercial e na defesa da ordem e estabilidade da economia mundial, ameaçadas após a guerra comercial deflagrada pelos EUA.
A 10ª Cúpula do BRICS será realizada entre os dias 25 e 27 de julho em Joanesburgo, na África do Sul. Para Zhou Zhiwei, diretor executivo do Centro de Pesquisa do Brasil do Instituto Latino-Americano da Academia de Ciências Sociais da China, o evento em julho é de grande significado para os países membros do BRICS unificarem sua voz na oposição ao protecionismo comercial e na defesa da ordem e estabilidade da economia mundial.
Zhou Zhiwei disse que foi publicada uma declaração no dia 5 de julho, na Conferência dos Ministros de Comércio do BRICS, visando apoiar o multilateralismo comercial e se opor ao unilateralismo e protecionismo comercial. Os países do BRICS afirmaram sua disposição de defender o multilateralismo comercial baseando-se na Organização Mundial do Comércio e se voltando aos princípios de ordem, transparência, não-discriminação, abertura e inclusão.
Ainda não foi formada uma atitude conjunta e unificada no mecanismo multilateral quanto às políticas comerciais do presidente Donald Trump. Existem também grandes divergências dentro da União Europeia. Neste contexto, a Cúpula do BRICS divulgou uma declaração independente, expressando ao mundo sua posição conjunta de salvaguardar a ordem comercial global e o multilateralismo comercial. Na minha opinião, essa posição ajuda a neutralizar os efeitos causados pelas políticas protecionistas de Trump.”
Também foi proposta nessa conferência uma série de medidas comerciais no quadro do BRICS, para facilitar o investimento comercial e promover o comércio de serviços. Zhou Zhiwei disse que o aprofundamento de cooperações entre os países do BRICS é uma parte importante da resposta ao protecionismo comercial.
Há uma grande possibilidade de elevar para uma maior escala o investimento comercial no âmbito do BRICS. O mercado chinês será uma propriedade para os demais membros do BRICS, devido a seu grande potencial. A China expressou ao mundo sua vontade de ampliar a abertura através da promoção de mais intercâmbios, como a expo de importação marcada para novembro deste ano. Os investimentos chineses aos demais membros do BRICS registraram rápido crescimento recente, desfrutando da alta correspondência entre as políticas econômicas e externas dos membros do BRICS. Sob o contexto de protecionismo comercial dos EUA, a cooperação entre o bloco será ainda mais reforçada.”
Na sua primeira década, o comércio foi o destaque da cooperação do BRICS. Nos próximos dez anos, além da cooperação econômica, os intercâmbios em áreas como educação, tecnologia, cultura e saúde serão também aprofundados entre os países do bloco, disse Zhou Zhiwei.
Nos últimos dois anos, os países membros do BRICS têm discutido a proposta de uma ‘liga educacional’, que será de grande significado para reforçar a conectividade entre os países. Por outro lado, a tecnologia foi também um tema em evidência. Embora não tenhamos agora grandes progressos em cooperação tecnológica, os membros do bloco possuem vantagem tecnológica única, possibilitando uma ampla cooperação no setor. “
Zhou Zhiwei disse que sendo os principais países em desenvolvimento do mundo, os membros do BRICS assumem a responsabilidade de promover a reforma da governança global, elevar a posição das novas economias e sua voz na decisão global. O BRICS deve formar uma voz unificada e defender os interesses dos países em desenvolvimento, promovendo dessa forma um sistema de governança global ainda mais equitativo.
Por Florbela Guo | Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Brasil247 / Tornado
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