Nos labirintos e nas ilusões da vaidade e do orgulho, todo o poder e os seus alardes são breves e perecíveis. Não é o tempo – e a vida – que passa por nós, mas inversamente somos nós que passamos pelo tempo.O rei Nabucodonosor, senhor da Babilónia, ostentava os seus escravos e as suas riquezas com uma vaidade incomparável. Um desses escravos chamava-se Daniel, era o mais inteligente e o mais generoso.
Numa manhã, o rei teve um sonho assustador, que se dissipara à luz do dia, sem saber como findara. De seguida mandou chamar os sábios do reino e exigiu-lhes que lhe dissessem como terminava o sonho.
Sem sucesso. Por mais sábio que se seja, ninguém pode adivinhar os sonhos de outra pessoa.
Daniel, no entanto, soube da intenção do rei e pediu a Deus que lhe mostrasse o sonho. Na madrugada seguinte, Daniel, mal acordou, pediu para ser recebido por Nabucodonosor. Sabia o que o Rei havia sonhado.
– Vós vistes no vosso sonho uma estátua colossal com a cabeça moldada em ouro maciço, os braços e o peito de prata, o ventre de bronze, as pernas de ferro e os pés de barro!
– Recordo-me que atiraram uma pedra à estátua – respondeu o Rei – a pedra atingiu os pés de barro, a estátua estremeceu e desmoronou-se no chão.”
Nos labirintos e nas ilusões da vaidade e do orgulho, todo o poder e os seus alardes são breves e perecíveis. Não é o tempo – e a vida – que passa por nós, mas inversamente somos nós que passamos pelo tempo.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90 Foto: Nabucco, pela Orquestra Sinfônica e Coro do Theatro Municipal, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
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