Pensar que os partidos políticos estão doentes, em fase terminal, e que a sua substituição passa pela descoordenação do sistema político vigente através do aproveitamento de politicas de autentica “regionalização municipalizada” de entrega das responsabilidades do Estado aos Municípios onde se vislumbra já a privatização de tudo o que é obrigação social do Estado, ocupado por pessoas com tiques de caciquismo saloio mas que aquando da propositura a candidatos usaram os meios disponíveis para o serem.
Os Partidos Políticos
Importa por isso, dar início à discussão dentro dos partidos políticos sobre as condições geradas por alguns dos seus atuais líderes e que resultam em prejuízo do coletivo partidário e deste, através das sua conduta e prática política, em prejuízo da sociedade em geral quando em exercício de cargo. Sendo que, em ambos os casos, quem perde, para além das populações que não veem concretizadas as suas espectativas, os partidos políticos sem liderança são penalizados no ato eleitoral seguinte.
Como é obvio, aquilo que se questiona é, a liderança em si:
- a sua legitimidade;
- a sua competência;
- o seu desempenho;
- o seu perfil da líder enquanto responsável propulsor da imagem do partido;
- as “habilidades” usadas no plano interno, mas que são do conhecimento do eleitorado em geral e por isso penalizadas;
- o descrédito que o referido na alínea anterior provoca dentro e fora do partido;
- outros, demasiados outros.
Importa também, discernir entre a detração e o elogio:
- do interesse;
- do cansaço;
- da ambição;
- do desgaste causado pelo apego ao poder;
- a longevidade no exercício do mesmo cargo;
- o impedimento efetivo da renovação necessária;
- a incapacidade demonstrada de ajustamento ao circunstancialismo dos novos tempos e das novas realidades económicas;
- entre outros, demasiados outros.
Sabiam, os opositores no tempo, da necessidade em se organizarem em partidos políticos com vocação para a disputa do poder.
Para isso, centraram a sua origem na organização das classes sociais existentes para, de forma articulada, levarem por diante uma luta de classes contra um sistema político monolítico assente na descendência familiar ou de fidelidade em grupo, para que outro sistema político vingasse.
Um sistema político mais justo, em que o poder político alternasse de acordo com a vontade das populações e de que os partidos políticos representavam as diversas franjas de interesses económicos e sociais.
Uma luta que conduziria indubitavelmente à liberdade e que, para que fosse possível, passava pelo destronar as monarquias e a implantação da República de que a democracia é um pilar essencial.
O que não se sabia, na altura era qual o rumo que o mundo Ocidental tomaria.
Concretamente em Portugal, onde após a implantação da República em 1910, a conjuntura política e económica proporcionou condições para que surgisse um sistema político de ditadura que durou até 1974.
Em 1974, após quarenta e oito anos de um regime fascista, aconteceu uma revolução militar que devolveu o País aos Portugueses e permitiu que construíssem a democracia em torno dos partidos políticos existentes e de outros que se vieram a construir e fundar.
Sabemos quais foram as condições impostas pela Constituição da República ao normal funcionamento dos partidos.
Assim como sabemos dos desvios perpetrados no seu seio aos seus compromissos estatutários que ainda hoje continuam a ser feitos.
E, porque o sabíamos, todos fomos cúmplices desses desvios na justa medida em que não há desculpa para o medo nem para a cobardia.
Porque, as pessoas que fundaram partidos que venceram o medo fascista não deixaram legado nem razões para que as pessoas de hoje tenham medo da democracia.
O sufrágio a que os partidos se submetem é a razão de ser da lógica de todas as dinâmicas da alternância no exercício do poder político implícito. O poder legitimado. A democracia!
Sabemos, alguns, das condições de vida que existiam no Concelho de Braga, e das condições de vida que hoje em dia existem.
Sabemos, alguns, dos flagelos passados, presentes e futuros. E sabemos também, que em circunstância alguma, a vida e a gestão da vida foram tarefas fáceis!
Mas, também sabemos, que o comodismo, para se justificar, encontra culpados em todas as sombras.
Por isso e tudo o mais que possamos imaginar, em defesa da democracia assente nas organizações políticas, os seus ideais de modelo de sociedade e princípios programáticos, é importante a discussão política, económica e social, em torno de um ideário atual que não desvirtue os princípios da equidade, da solidariedade, da liberdade e da fraternidade!
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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