Aretha Franklin, uma das artistas negras mais influentes da história e intérprete de sucessos como “Respect” (1967) ou “I Say a Little Prayer” (1968), morreu em Detroit, nos Estados Unidos, aos 76 anos, informaram nesta quinta-feira o site “TMZ” e a agência de notícias AP.
A causa oficial da morte ainda não foi divulgada, mas Aretha Franklin estava lutando contra um câncer, diagnosticado em 2010. Em uma de suas últimas apresentações, em novembro de 2017 em Nova York, ela já aparentava estar frágil e debilitada. Uma fonte próxima da cantora informou ao site “TMZ” que, nos últimos dias, ela estava pesando menos de 40 kg.
Cantora, compositora e dona de um timbre inconfundível, Aretha é considerada a rainha da soul music. Em mais de 60 anos de carreira, acumulou 18 prêmios Grammy, que a tornaram a segunda cantora com o maior número de estatuetas. Ela também fez história como a primeira mulher a entrar no Hall da Fama do Rock em 3 de janeiro de 1987.
“Queen of soul”
Considerada uma das maiores vozes de todos os tempos, Aretha Louise Franklin nasceu em Memphis, nos Estados Unidos, no dia 25 de março de 1942. Filha de Barbara Siggers e Clarence LaVaughn Franklin, Aretha passou parte de sua infância mudando de cidade diversas vezes até se estabelecer em Detroit. Foi lá que seu pai, um pregador itinerante da Igreja Batista, estabeleceu sua própria congregação.
Com a proximidade da igreja, começou a cantar aos dez anos de idade. A congregação recebia a visita de vários artistas que se tornaram referência para Aretha, como Sam Cooke e Mahalia Jackson. Apoiada pelo pai, ela fez sua primeira aposta na indústria fonográfica em 1956 ao gravar o álbum gospel “Songs of Faith”, aos 14 anos. Em pouco tempo, sua voz se destacou nos corredores de gravadoras e, se afastando da temática religiosa nas canções, recebeu diversas propostas.
Contratada pela Columbia Records em 1961, começou a trabalhar com o produtor John Hammond, que já acompanhava estrelas como Billie Holliday e Count Basie. Mesmo com muita expectativa em torno de Aretha, seu sucesso nos primeiros nove discos ficaram aquém do esperado pela gravadora, que não renovou seu contrato após seis anos.
Já em janeiro de 1967, Aretha foi contratada pela Atlantic Records, onde passou a interpretar outros gêneros musicais. E o sucesso veio rápido. “I Never Loved a Mand the Way I Love You” se tornou a canção mais tocada das paradas R&B e a nona posição geral da Billboard Hot 100. Em abril daquele ano, Aretha lançou “Respect”, canção de Otis Redding que se tornou um hino feminista e o maior sucesso de sua carreira. A música rendeu ainda o primeiro Grammy da carreira dela.
Os anos seguintes, na década de 1970, estabeleceram a cantora com um dos ícones da música mundial.
Hits no topo
A lista de singles de Aretha Franklin que estiveram no topo das paradas de R&B é extensa. Só em 1967, quatro canções lideraram o ranking: “I Never Loved a Man the Way I Love You”, “Respect”, “Baby I Love You” e “Chain of Fools”. Até 1977, com exceção de 1975, a cantora sempre emplacou pelo menos uma canção no lugar mais alto da lista do gênero.
Foi naquele período que Aretha eternizou sucessos como “Call Me”, “I Say a Little Prayer”, “Son of a Precher Man”, “Spanish Harlem”, “Angel”, “I’m in Love” e outras.
Prêmios e homenagens
Aretha Franklin tem um dos nomes mais lembrados no Grammy com 44 indicações e 18 prêmios, além de três homenagens especiais por sua carreira. Em 1979, foi homenageada com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood e, em 1987, se tornou a primeira mulher a entrar no Hall da Fama do Rock.
Família e problemas de saúde
Aretha Franklin teve quatro filhos –Clarence, Edward, Ted e Kecalf– e foi casada duas vezes. O primeiro relacionamento foi com Ted White, entre 1961 e 1969, e depois com Glyn Turman, entre 1978 e 1984.
Durante a década de 1980, Aretha admitiu ter problemas com o cigarro e álcool. Em 1992, parou de fumar porque estava “estragando sua voz”.
Os problemas de saúde da cantora se intensificaram em 2010, quando cancelou uma série de shows e foi submetida a uma cirurgia. Na época, rumores afirmaram que ela sofria de câncer no pâncreas, o que foi negado posteriormente. Nos anos seguintes, Aretha voltou ao noticiário depois de cancelar apresentações por causa de internações de emergência.
A cantora seguiu com apresentações esporádicas. Em 2017, reapareceu bem mais magra e, durante um show em Detroit, pediu para a plateia: “Orem por mim”. Seu último show foi em 7 de novembro de 2017, durante evento promovido pela fundação de Elton John contra a Aids, na Cathedral of Saint John the Divine, em Nova York.
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil (Portal Uol) / Tornado
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