Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol do Partido Socialista Operário Espanhol, propôs à Catalunha um referendo para um autogoverno, o que poderá abrir novas possibilidades de negociação e conclusão pacífica.O processo independentista catalão marcou a anterior legislatura e nos próximos meses será um tema central da polícia espanhola. Num avanço considerável em relação ao antecessor, o conservador Mariano Rajoy, o socialista Pedro Sánchez propôs na segunda-feira (3) que os catalães realizem “um referendo sobre o autogoverno, mas não pela autodeterminação”.
Segundo o jornal português Publico, em uma entrevista à rádio Cadena Ser, o primeiro-ministro garantiu que a sua defesa do diálogo como único caminho da resolução desta crise entre o Estado e a Generalitat (governo regional catalão) não tem limites: Independentemente do que diga o governo catalão, o Governo de Espanha não se levantará da mesa das comissões bilaterais”.
“Queremos dialogar e resolver uma crise política. E no final, terá de haver uma votação”, assegurou Sánchez, defendendo que o problema político catalão começa no facto de “ter um estatuto que não votou”.
O diálogo sempre foi a tática defendida pela Esquerda Unida espanhola, que apoiava um referendo legítimo para consultar de forma democrática a opinião e vontade dos catalães, para que sua insatisfação. A solução nesse caso seria a criação de um Estado Plurinacional, para que não haja separação e para que as reivindicações da Catalunha sejam ouvidas. Sánchez parece abrir uma nova porta para a negociação permanente, sem ultimatos ou violência como fez Rajoy.
A estratégia do primeiro-ministro parece clara e passa por oferecer aos catalães o que eles passaram anos a pedir: diálogo e uma votação. Ao contrário de Rajoy, que recusava negociar por considerar que em causa estava apenas uma questão legal (referendar a independência, como os catalães tentaram fazer a 1 de Outubro de 2017, é inconstitucional), vai permitir aos catalães algum tipo de referendo, ao mesmo tempo que admite conversar sobre tudo.
Sánchez, que tomou posse no início de junho depois de derrubar o governo da direita do PP com uma moção de censura (devido a repetidos atos de corrupção do partido), já se encontrou com o atual líder do Generalitat (parlamento catalão), Quim Torra, membro do movimento de Carles Puigdemont. Uma nova reunião está prevista para outubro.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado
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