Portos, energia e finanças são pontos no topo da agenda estratégica do homem forte da China nesta sua primeira visita oficial a Portugal. Pequim quer, assim, fazer avançar mais a “parceria estratégica” (assinada entre os dois Estados em 2005), agora inserida na “narrativa” OBOR – One Belt, One Road ou, em tradução livre para português, “Novas Rotas da Seda”, o projecto geopolítico e geoeconómico de Xi Jinping para acelerar a expansão da China.
A visita, falada para o início de Dezembro próximo, poderá, contudo, concretizar-se apenas nos inícios de 2019, com o início do “ano da China em Portugal”. O pretexto é a comemoração dos 40 anos de relações diplomáticas entre os dois Estados e os 20 anos da entrega de Macau à China.
Primeira visita oficial não significa, porém, que esta seja a primeira vez que Xi Jinping está em Portugal. De facto, será, pelo menos a terceira vez que ele vem ao nosso país. Esteve em Portugal em 2013 e em 2014. Como escreveu um jornal de Macau, o “Ponto Final”, ele “fez escala na Ilha Terceira, nos Açores, regressando da América do Sul, sendo que, na primeira ocasião, chegou a deslocar-se a um café local, convivendo com a população. Na segunda esteve nos Açores durante oito horas”.
As visitas de Xi Jinping e de outros dirigentes chineses (Wen Jiabao em 2012, por exemplo) a estas estratégicas ilhas portuguesas, situadas em frente dos Estados Unidos e em pleno coração do Atlântico Norte, fizeram soar campaínhas de alarme em Washington e levaram analistas e estrategistas a falar de Red Flag Over the Atlantic…
Antes de Xi, estiveram em visita oficial a Lisboa os líderes chineses Hu Jintao (Novembro de 2010) e Jiang Zemin (em 1999, dois meses antes da entrega de Macau à China).
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